O advogado Jeffrey Chiquini disse que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, que ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto “plano golpista” é, na verdade, um “jogo de cartas marcadas”.
O advogado deu a declaração durante entrevista ao programa Oeste com Elas, da Revista Oeste, nesta quinta-feira, 14. Chiquini representa o ex-assessor especial de Bolsonaro, Filipe Martins.
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Questionado sobre uma eventual possibilidade de absolvição de Bolsonaro, Chiquini destacou que todo o processo seria apenas uma forma de justificar a perseguição política contra o ex-presidente e seus aliados.
“É um processo aberrante”, afirmou. “É um processo que nasceu para legitimar perseguições políticas. Esse processo foi criado para dar uma aparente legitimidade à perseguição política. É muito caro matar um opositor político. Então, o que se faz? Cria-se um processo criminal.”
Para o advogado, esta é uma forma de prender e silenciar opositores. “Não conseguiram matar Bolsonaro com uma facada, então, inventaram esse processo para matá-lo em vida jogando-o atrás das grades.”


Advogado diz que o processo é político e pode se arrastar até 2027
Chiquini também acredita que a divergência aberta pelo ministro Luiz Fux pode levar o julgamento até o ano de 2027. O ministro já falou publicamente sobre suas divergências com o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes.
A divergência de Fux poderá levar o julgamento ao plenário do STF, onde cinco dos 11 ministros ainda não tiveram contato com o processo.
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“Estamos falando de um processo com 78 terabytes, que é equivalente a um bilhão de páginas”, destacou o advogado. “Não tem como analisar um bilhão de páginas em uma semana. Então, os ministros que nunca tiveram contato com este processo terão que melhor analisá-lo. Isso demanda tempo.”
Segundo o advogado, mesmo que alguns dos ministros já tenham dado declarações públicas de aversão a Bolsonaro, a discussão no plenário pode frustrar a aparente intenção do relator de apressar o julgamento.
Os advogados dos réus do chamado “núcleo 1” da investigação entregaram as alegações finais ao STF, nesta quarta-feira 13.
Neste núcleo são citados:
- o ex-presidente Jair Bolsonaro;
- o deputado federal Alexandre Ramagem;
- o almirante e ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos;
- o ex-ministro da Justiça Anderson Torres;
- o general da reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno;
- o tenente-coronel e o ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid;
- o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; e
- o general da reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto.