A Polícia Federal (PF) acusa o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) de comandar um esquema de compra de votos e desvio de emendas parlamentares para interferir nas eleições de pelo menos 50 cidades do Ceará.
Os agentes federais cumpriram 15 mandados de busca e apreensão nesta terça-feira, 8. As diligências ocorreram no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados e em endereços localizados em Brasília, Fortaleza e outros cinco municípios cearenses.
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O relatório da PF indica que o deputado usava empresas controladas por seu grupo político para desviar recursos públicos e garantir apoio eleitoral em redutos municipais. Segundo o documento, Júnior Mano centralizava a articulação do esquema. A corporação afirma que as emendas serviam de moeda para consolidar sua base política local.
Além das investigações criminais, o deputado enfrenta dívidas com a União. Um levantamento da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional revela que Júnior Mano acumulou cerca de R$ 12 milhões em débitos tributários.


Em 2023, a dívida chegou a R$ 10,7 milhões. O parlamentar deixou de pagar tributos nos anos de 2019, 2021, 2023 e 2025, período em que já exercia o mandato. Na eleição de 2022, ele declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 371,5 mil — valor que corresponde a apenas 3% da dívida em seu nome.
Júnior Mano tenta se desvincular de gestão pública e reforça confiança nas instituições
Em nota, Júnior Mano argumentou que não participa de licitações, não ordena despesas nem fiscaliza contratos administrativos. Além disso, ele ressaltou a sua confiança nas instituições brasileiras, sobretudo a PF e o Poder Judiciário. Afirmou que a “verdade prevalecerá” no fim do processo.
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“O deputado Júnior Mano não tem qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”, diz trecho da nota. “O deputado não exerce qualquer função executiva ou administrativa em prefeituras, não participa de comissões de licitação, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos.”