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Júnior Mano é peça-chave de esquema de desvio de emendas

A Polícia Federal (PF) afirma que o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) ocupa posição central em uma organização criminosa de desvio de recursos de emendas parlamentares em pelo menos 51 municípios do sertão do Ceará. Ainda segundo a PF, o parlamentar promove “utilização indevida de recursos públicos e manipulação de processos eleitorais” por meio dessas emendas.

Na semana passada, Júnior Mano declarou que “reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e o exercício probo da função pública”. A manifestação foi feita no mesmo dia da deflagração da Operação Underhand, que tem o deputado como principal alvo. As investigações também mostram que o grupo negociava verbas de aliados.

Leia também: “Alvo da PF, Júnior Mano acumula dívida de R$ 12 milhões com a União”

O relatório da PF, divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo, detalhao envolvimento do parlamentar em representação enviada ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, para autorizar buscas em seu gabinete e residência. “A atuação do parlamentar extrapola a esfera meramente política, configurando-se como operador ativo de engrenagem criminosa”, afirma o documento.

Grupo liderado por Junior Mano direcionava emendas parlamentares

O relatório também mostra a ligação entre Júnior Mano e o prefeito Carlos Alberto de Queiroz, o Bebeto do Choró, foragido há mais de sete meses e apontado como braço direito do deputado. A PF recuperou conversas entre Bebeto e Adriano Almeida Bezerra, assessor especial de Júnior Mano, salvo nos contatos como “Adriano Escritório Júnior Mano”.

As mensagens revelam que o grupo direcionava emendas parlamentares, inclusive de outros deputados, para prefeituras previamente cooptadas. Em troca, exigia retorno financeiro de 12%, valor tratado como “imposto” ou “pedágio”. Essa prática era institucionalizada.

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A operação também aponta envolvimento do Comando Vermelho. A facção criminosa teria atuado sob encomenda do grupo para intimidar adversários políticos antes das eleições de 2024.

Interceptações de ligações telefônicas mostram que a organização criminosa tinha acesso em tempo real à liberação de verbas e ao retorno financeiro esperado.

“Há referências expressas de que verbas oriundas de seu gabinete (do deputado Júnior Mano) seriam destinadas à compra de apoio político, ao financiamento oculto de campanhas e ao pagamento de influenciadores e jornalistas”, diz a PF.

Deputado nega participação

Em nota, o gabinete de Júnior Mano afirmou que o deputado “não tem qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”.

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O comunicado também declara que o deputado “reafirma sua confiança nas instituições, em especial no Poder Judiciário e na Polícia Judiciária Federal”. Diz ter convicção de que “a verdade dos fatos prevalecerá” ao fim da investigação.

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