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Justiça absolve líder sem-teto acusada de extorsão em SP

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo absolveu, nesta sexta-feira, 25, a artista Preta Ferreira e sua mãe, Carmen Silva, coordenadora do Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC), da acusação de extorsão contra moradores da invasão do Hotel Cambridge, localizada no centro da capital paulista. A denúncia se referia a fatos ocorridos em agosto de 2019.

Na mesma decisão, outros integrantes do MSTC também foram absolvidos das acusações. A sentença foi proferida pelo juiz Paulo Fernando Deroma de Mello, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. De acordo com o magistrado, “as provas colhidas não foram aptas para corroborar as alegações mencionadas na denúncia”.

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Ele também declarou que os relatos das testemunhas de acusação foram genéricos e frágeis, sem apresentar comprovação material. “A decisão reforça o princípio constitucional da presunção de inocência, declarando a improcedência da denúncia por ausência de provas consistentes”, registrou o juiz.

O magistrado considerou ainda que não houve evidência de que os valores cobrados pelos líderes do movimento constituíssem crime de extorsão. “Ademais disso, a cobrança de eventuais verbas, como os acusados alegaram, eram destinadas a custear as necessidades de qualquer empreendimento”, afirmou. “Todos negaram haver extorsão.”

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Líder sem-teto aguardava decisão desde 2019

Desde 2019, as lideranças envolvidas aguardavam a decisão judicial. Preta chegou a ser presa naquele ano e permaneceu detida por 108 dias. Ao ser solta, escreveu um livro para relatar sua experiência.

Em nota, a artista declarou: “Poder falar ‘pretas livres’, com a liberdade oficializada, nos dá mais força para gritar pelas outras que ainda não estão”, disse. “É um alívio e ao mesmo tempo um sinal de que a luta só continua.”

Invasão sem-teto no Hotel Cambridge, no centro de São Paulo | Foto: Facebook/ReproduçãoInvasão sem-teto no Hotel Cambridge, no centro de São Paulo | Foto: Facebook/Reprodução
Invasão do Hotel Cambridge, no centro de São Paulo | Foto: Facebook/Reprodução

Carmen também comentou o desfecho: “Sempre tive coragem de lutar por direito à cidade, mas nunca vou perdoar quem envolveu minha família em uma história que era por justiça”, afirmou. “Ver meus filhos livres me dá mais ânimo pra seguir no meu caminho de transformação.”

Leia também: “A ousadia do crime organizado”, reportagem de Edilson Salgueiro publicada na Edição 243 da Revista Oeste

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