A Justiça da Argentina autorizou, nesta terça-feira, 1º, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, a visitar a ex-presidente Cristina Kirchner. Ela está em prisão domiciliar em apartamento no bairro de Constitución, em Buenos Aires. Cristina foi condenada a seis anos por corrupção no caso conhecido como “Vialidad”.
De acordo com o jornal local La Nación, a visita está autorizada para esta quarta-feira, 3. Lula chega a Buenos Aires nesta tarde para participar da cúpula do Mercosul, na qual assumirá temporariamente a presidência do bloco. O presidente retorna ao Brasil somente nesta quinta-feira, 4, à tarde.
Quando ocorreu o anúncio da sentença de Cristina, Lula demonstrou apoio nas suas redes sociais. Veja:
Telefonei hoje no final da tarde para a companheira Cristina Kirchner (@CFKArgentina) e manifestei toda a minha solidariedade. Falei da importância de que se mantenha firme neste momento difícil. Notei, com satisfação, a maneira serena e determinada com que Cristina encara essa…
— Lula (@LulaOficial) June 11, 2025
Não há confirmação oficial da visita do petista à ex-presidente condenada. Lula sabe que a iniciativa daria combustível à oposição. Por outro lado, ele estaria considerando uma ida rápida e “improvisada” à residência como um gesto de “reciprocidade”. Isso porque, quando estava preso em Curitiba, Alberto Fernández, então candidato kirchnerista à Presidência argentina, o visitou.
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O encontro de Lula com a ex-presidente também não é bem visto por governistas. De um lado, integrantes do PT veem o gesto como retribuição ao apoio que Lula recebeu durante sua prisão na Operação Lava Jato. Já diplomatas alertam que a visita pode parecer interferência em assuntos internos da Argentina.
Pedido para a visita de Lula partiu de advogado de Cristina Kirchner
O pedido para a visita partiu do advogado de Kirchner, Alberto Beraldi. O juiz do Tribunal Oral Federal nº 2, Jorge Gorini, determinou que a visita pode ocorrer desde que não gere tumulto na vizinhança.


“Autoriza-se a Cristina Fernández de Kirchner a receber a visita no domicílio onde cumpre prisão domiciliar do Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva”, afirma a decisão. A medida impõe “estrito cumprimento” à regra que proíbe comportamentos que perturbem a paz do bairro.
Cristina precisa pedir permissão para visitas extraordinárias e justificar os motivos. Um grupo fixo de pessoas, como policiais, médicos, familiares e advogados, tem entrada autorizada.
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Cristina recorreu à Câmara de Cassação contra o uso da tornozeleira eletrônica e as restrições de visita. Os procuradores Diego Luciani e Sergio Mola também recorreram. Eles pedem que a ex-presidente vá para a prisão. O caso será julgado no dia 7 de julho pelos juízes Mariano Borinsky, Gustavo Hornos e Diego Barroetaveña.