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Justiça diz que escândalo com presidente do Corinthians não altera pagamento de dívidas

Em decisão publicada nesta terça-feira, a Justiça de São Paulo determinou que o indiciamento do presidente do Corinthians, Augusto Melo, não altera as decisões tomadas no curso do RCE (Regime de Centralização de Execuções) em nome do clube.

A publicação veio após reclamação da defesa do empresário André Cury. O juiz Guilherme Cavalcanti, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, porém, apontou que o procedimento de concentrar o pagamento das dívidas do Corinthians já foi decidido em segundo grau de jurisdição e não será revisto.

Adriana Cury, advogada de André Cury, havia alertado ao tribunal que o mesmo havia sido omisso ao não analisar diversos pontos da defesa dos credores. Também apontou “fatos novos gravíssimos”, citando uma suposta manipulação de dados contábeis e a atual situação política do clube.

Foi citado, em específico, o “indiciamento do presidente do Corinthians (Augusto Melo) pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, pelos crimes de associação criminosa, furto e lavagem de dinheiro”, além do “desligamento do diretor financeiro, que, juntamente com o presidente, assinava os termos de declaração acostados aos autos (do RCE)”.

Cury também apontou a celebração de novos contratos por parte do Corinthians para dizer que está “evidente” que o clube não se encontra em situação financeira que justifique a concessão de um plano de pagamento ou qualquer tratamento privilegiado no processo coletivo.

“Os fatos estão documentados e apesar de sua extrema gravidade não foram objeto de qualquer enfrentamento na decisão, diferentemente do que ocorreu com requerimentos formulados pelo próprio Corinthians, que foram expressamente analisados”, disse a defesa de Cury, que acrescentou ver com preocupação o fato de a Justiça não levar em consideração todos esses fatos.

O tribunal ignorou as alegações e ameaçou aplicar multa em Cury se continuar com as reclamações no âmbito do RCE.

O Corinthians ingressou no fim do ano passado com o regime para centralizar o pagamento de suas dívidas que estão com ações abertas no Judiciário de São Paulo. Ao todo, são cerca de R$ 367 milhões que o clube quer quitar por meio do plano.

Há alguns dias, a Justiça de São Paulo chamou a atenção para a longa demora no andamento do RCE e deu 15 dias para o clube readequar sua proposta de pagamento. O Corinthians abriu o processo pelo RCE em 29 de novembro de 2024, ou seja, há quase sete meses. Até o momento, contudo, ainda não iniciou os trâmites para começar a pagar os credores.

Desde então, diversas empresas, como Pixbet, RC Consultoria (do empresário Carlos Leite) e a Link Assessoria (de André Cury), vêm apresentando recursos que contestam ou até tentam derrubar o Regime de Centralização de Execuções aberto pelo Corinthians. O clube não comenta processos judiciais em andamento.

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