A Justiça Eleitoral determinou que o influenciador digital e empresário Pablo Marçal (PRTB) remova de seus perfis nas redes sociais as publicações que sugerem que o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) de ser usuário de cocaína. Os dois são candidatos à Prefeitura de São Paulo.
A decisão foi tomada em resposta a um pedido dos advogados do Psol, que protocolaram duas ações contra o ex-coach. A movimentação jurídica se deu depois de o membro do PRTB ter feito as insinuações durante o debate realizado na última quinta-feira, 9, pela TV Bandeirantes. Procurado, Marçal não se manifestou.
“Os vídeos veiculados pelo requerido [Marçal] possuem conteúdo unicamente difamatório à pessoa do autor [Boulos], sem qualquer relevância político-eleitoral”, afirmou o juiz eleitoral Rodrigo Marzola Colombini, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) em sua decisão, que ordenou a remoção dos vídeos no prazo de 24 horas. “As afirmações estão lançadas nas redes sociais do requerido sem qualquer comprovação.”
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O TRE-SP agora analisa o pedido de direito de resposta de Boulos, que solicita tempo em dobro em relação aos vídeos originais. O parlamentar do Psol aguarda manifestação do Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre o caso.
Marçal, Boulos e insinuações sobre uso de cocaína
Durante o debate eleitoral, Marçal insinuou que Boulos seria usuário de drogas, sobretudo de cocaína. Depois, o empresário divulgou em suas redes sociais vídeos com trechos editados, ampliando a acusação.
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Em resposta, a campanha de Boulos protocolou duas ações contra o candidato do PRTB:
- uma liminar de direito de resposta, que já foi parcialmente aceita pela Justiça Eleitoral; e
- uma notícia-crime, solicitando a instauração de um procedimento criminal contra Marçal por suposta difamação e disseminação de notícias falsas com o objetivo de influenciar o processo eleitoral.
“Não satisfeito em baixar o nível do debate proposto, o requerido, em comportamento próprio de um sociopata, repetiu os absurdos em entrevista realizada após o debate e publicou em suas redes sociais vídeos em que repete os ataques à honra do peticionário”, afirmam os advogados do Psol, na petição protocolada no TRE-SP.
A notícia de crime ressalta que Marçal, antes mesmo do debate, já havia feito ameaças vagas sobre a revelação de uso de drogas por dois de seus adversários. Isso levou, por exemplo, o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), a realizar um teste toxicológico.
O documento afirma também que a acusação, além de ser falsa e criminosa por difamar Boulos, é ainda mais grave no contexto eleitoral, pois tem, conforme alegação dos advogados, potencial para prejudicar a imagem do candidato do Psol perante o eleitorado. Diante desses fatos, a equipe de Boulos caracteriza as ações de Marçal como possíveis crimes contra a honra, previstos nos artigos 323, 324 e 325 do Código Eleitoral. Dessa forma, solicita a investigação dos fatos pelo MPE.
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Revista Oeste, com informações da Agência Estado