A Justiça de São Paulo condenou o Palmeiras a sofrer a demolição de seu CT das categorias de base, localizado na cidade de Guarulhos (SP).
A decisão, em primeira instância, é de um processo de 2012, que corre na 1ª Vara da Fazenda Pública de Guarulhos.
A ação é movida pelo Ministério Público de São Paulo, que acusa o clube de ocupar irregularmente e utilizar de maneira indevida a área do centro de treinamento, localizada no Parque Ecológico do Tietê.
O clube construiu o CT no local após permissão do Departamento de Águas e Energias Elétricas (DAEE), em contrato celebrado em 1998 e com vigência de 50 anos, com a promessa de construir, manter e zelar um posto de vigia que funcionasse 24 horas por dia, denominado Portaria Guarulhos, para fiscalizar a entrada de materiais, veículos e pessoas na via parque, o que não foi cumprido.
Além disso, o MP acusou o clube de permitir a instalação no local de diversas formas de degradação ambiental, não tendo o Palmeiras deixado qualquer vestígio de plantio de árvores nativas. O órgão acrescentou que a construção dos campos de futebol e projetos de drenagem prejudicaram a hidrologia local, entre outros problemas.
O CT do clube tem cinco campos de futebol e uma área de 45 mil metros quadrados. É lá que equipes de base treinam todos os dias.
O Palmeiras se defendeu dizendo que sua presença no local permitiu uma maior fiscalização da área, minimizando crimes que ocorriam na região e ajudando a evitar a degradação ambiental provocada pelo descarte clandestino de lixo e entulho, fato que se deve à construção de uma guarita de segurança.
Na sentença, publicada na última sexta-feira (14), o juiz Rafael Roriz determinou que o clube pare com “a atividade degradadora do meio ambiente, com a paralisação imediata e integral de toda a atividade de desmatamento, plantio, impermeabilização do solo, ou qualquer outra geradora de poluição, proibindo-se qualquer ocupação na área de várzea e de preservação permanente em questão, sob pena de pagamento de multa diária”.
Também condenou o clube e o DAEE a “providenciar a desimpermeabilização e descompactação do solo na área de várzea e de preservação permanente objeto desta lide, bem como a demolição das edificações lá encontradas, restaurando integralmente as condições primitivas da vegetação, solo e corpo d’água, no prazo de 180 dias, sob pena de multa diária”.
Procurado pela ESPN, o Palmeiras disse que “sempre prezou pelo respeito às instituições e seguirá trabalhando para proporcionar as melhores condições de treinamento e instalações às suas categorias de base. O clube recorrerá da decisão tomada em primeira instância”.


