Natural de Teixeira Soares, nos Campos Gerais, o comerciário Julio Francisco Schimanski Küller é um político paranaense que trabalha como vereador pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em Ponta Grossa. Atuando pelo seu 5º mandato seguido, destaca-se por suas pautas sociais e por erguer e defender a bandeira das pessoas com deficiência, especialmente as com autismo. Ao longo de sua carreira política, já concorreu ao cargo de prefeito de Ponta Grossa, além de já ter trabalhado como secretário de Assistência Social na cidade. Atualmente, exerce as funções de presidente da Câmara Municipal de Ponta Grossa (CMPG) e da Associação das Câmaras Municipais do Sul do Paraná (Ascamsul). Julio Küller é o sétimo entrevistado da série ‘Eleições 2026’, uma produção do Grupo aRede em parceria com o Blog do Doc.com.
Em sua participação, Küller destacou suas ações como presidente do Legislativo Municipal e como elas cada vez mais aproximam a Câmara da população ponta-grossense e do Poder Executivo. O parlamentar relembrou sua trajetória e suas pautas, principalmente as sociais, bandeira que ergue e defende em Ponta Grossa.
Em consonância com estas falas, Küller também realizou críticas a falta de representatividade vivida por Ponta Grossa na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) juntamente com a necessidade de tornar a cidade e a região mais representadas a partir das eleições do próximo ano. Confira a entrevista completa abaixo:
aRede/Jornal da Manhã: Você está no seu quinto mandato como vereador. Já disputou como deputado estadual, foi secretário em Ponta Grossa. Está nos seus planos mais uma vez se apresentar como candidato para a população no próximo ano?
Julio Küller (MDB): Primeiro quero dizer que estou muito focado na presidência da Casa de Leis. Fizemos várias modificações. Abrimos a Câmara para todos os segmentos, todas as pessoas. Temos levado a Câmara nos bairros, nas instituições. O meu foco hoje é presidir a Casa e presidir bem. […] É claro que o meu grupo cobra de mim essa possibilidade de estar candidato ano que vem. E é um desejo meu, mas ainda não está resolvido.
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Confira a entrevista com o vereador Julio Küller (MDB) na íntegra | Autor: Grupo aRede.
aRede/JM: Como que você avalia essa sua trajetória até chegar nesse posto que é presidir a Câmara Municipal?
Küller: É uma trajetória política de sucesso, com vários tropeços, vários acertos, vários erros, mas cheguei até aqui com um currículo para mostrar para a comunidade. Já fui candidato a prefeito também em 2016. Na época fiz quase 28 mil votos […] e hoje estou à frente da Câmara Municipal de Ponta Grossa e historicamente eleito por unanimidade. […] Um trabalho que, com toda a experiência que adquiri durante todo esse tempo, é fácil de fazer. E isso também mostra uma capacidade, porque já estive vereador e secretário de Assistência Social. Já estive candidato a prefeito e estou hoje presidindo a Casa de Leis com o orçamento e com a administração do Legislativo. Então, mostra realmente que somos capazes e é possível postular um novo cargo político.
aRede/JM: Falando do cenário de representantes de Ponta Grossa hoje na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Como você vê hoje o cenário e o que fazer para ampliar essa representatividade?
Küller: Em primeiro lugar quero dizer que somos, e eu vou afirmar aqui com muita firmeza, muito mal representados na Assembleia. Muito mal mesmo. Não vou entrar em detalhes aqui sobre os nossos dois representantes ao nível municipal lá na Assembleia, mas vou citar do universo eleitoral de 200 mil votos válidos. Ponta Grossa terá 200 mil votos válidos nessa próxima eleição e isso dá para eleger cinco deputados só em Ponta Grossa. Se for pegar ao nível de região, nós temos 650 mil votos válidos e temos três deputados da região. Se você for para a região de Londrina, verá oito deputados. Se for para a região de Maringá, verá sete, seis deputados. Cascavel tem muito mais que nós na região. Foz tem mais do que nós na região. Aí se falar na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), muito mais. Então somos realmente muito mal representados. Estou fazendo um compilado de dinheiro investido pelo Estado em Maringá, Londrina, São José dos Pinhais, Foz Iguaçu e Ponta grossa. Não tenho ainda os números exatos, mas é absurdamente desigual. Por quê? Porque apostamos em pessoas de fora e elegemos dois deputados aqui. Isso é um absurdo para nós, ponta-grossenses. A cidade de Ponta Grossa está crescendo, virou a chave, está se desenvolvendo. Temos um futuro brilhante pela frente. Você imagine agora se tivéssemos uma boa representação na Casa de Leis, erguendo a bandeira e defendendo nossa cidade para os investimentos do estado. Estamos carentes de investimento do estado. E por isso é importante ter uma pessoa aqui que realmente defenda a cidade lá na Assembleia perante o governo do Estado.
aRede/JM: Você e o MDB foram preponderantes em toda a trajetória da prefeita Elizabeth Schmidt (União) para que ela tivesse uma candidatura. […] Você acredita que, uma vez o seu grupo definindo o seu nome como candidato, teria o apoio total e incondicional do governo Elizabeth?
Küller: Em primeiro lugar quero falar como vereador Julio Küller, do MDB. Construímos o projeto para esses quatro anos com o União Brasil da prefeita Elizabeth. Acredito no trabalho dela e vou defender enquanto vereador. Estou falando como parlamentar, não como presidente. Vou defender esse projeto com unhas e dentes, porque sei da credibilidade da prefeita e da intenção dela. É importante deixar claro isso. As costuras para o próximo ano estão sendo feitas. Temos a tranquilidade em dizer que trabalharemos juntos numa candidatura única para deputado estadual em Ponta Grossa, na região e o governo estará junto. […] E mais que isso, acho que a região tem que se unir. A região precisa de mais representantes. Poderíamos eleger 14 deputados, mas temos três. Então é o momento da união e quem tem que capitanear essa união é Ponta Grossa. É a cidade polo. Ela tem que capitanear para termos representantes dignos e que defenderão Ponta Grossa e região no próximo mandato.

“A região precisa de mais representantes. Então é o momento da união e quem tem que capitanear essa união é Ponta Grossa,” declara Küller. | Foto: Divulgação.
aRede/JM: Você faz um trabalho também como vereador e presidente da Câmara de Ponta Grossa, nível regional, unindo os vereadores da região. Como é este trabalho na Associação das Câmaras Municipais do Sul do Paraná (Ascamsul)?
Küller: Reunimos 34 câmaras municipais. Pega Sengés, vai até Rio Azul, Reserva, Telêmaco Borba e assim por diante. São 34 câmaras que pensam em trabalhar em conjunto. O que deu certo em Jaguaraíva pode dar certo em Ponta Grossa. O que deu certo em Ponta Grossa, pode dar certo em Imbituva. […] O que acontece? O vereador é o patinho feio da democracia. É aquele que menos aparece, mas é aquele que está mais próximo da população. É aquele que quando tem um problema no posto de saúde, tenta ajudar. Quando tem um problema na comunidade, ele vai, corre, tenta ajudar, mas na hora de dividir os louros quem aparece é o prefeito, é o deputado estadual, federal e o vereador fica como reles do legislativo municipal. […] Então, o que queremos dar é força e destaque como protagonistas em suas cidades para o vereador. Esse é um trabalho que já iniciamos.
aRede/JM: Em questão de uma possível candidatura, como que você avalia essa experiência sua no legislativo para uma possível apresentação de projetos para um mandato ao nível estadual?
Küller: Tivemos vários projetos que deram certo em Ponta Grossa na minha bandeira que é a pessoa com deficiência, o autista, e queremos levar ao nível estadual, mas temos muito mais para apresentar. Todos os trabalhos que fizemos enquanto secretário da Assistência Social podem, sim, ser levados a todo o estado do Paraná. Podem ser levados aqui a nossa região e nessas 34 cidades onde temos representação na Ascamsul. É um trabalho de representatividade verdadeira. Representaremos a população ponta-grossense, coisa que não tem sido feita.
aRede/JM: Falando um pouco da sua atuação enquanto presidente da Câmara. […] Como que você está percebendo essa participação popular com o projeto Câmara nos Bairros?
Küller: É isso que o povo mais deseja, o político próximo da comunidade. E é isso que fizemos ao iniciar o trabalho da presidência. Propus aos vereadores, foi muito bem aceito e temos feito. […] Escolhemos o domingo justamente por isso, porque o domingo dá acesso às pessoas a poder estar lá com o seu vereador. […] Da mesma forma, fazemos um trabalho para levar Câmara nas instituições. […] A Câmara ficou por muito tempo escondida. Quando entrei, abrimos as portas e estamos trazendo para o diálogo todos os que se interessam por tudo tratado na Casa de Leis.

“É isso que o povo mais deseja, o político próximo da comunidade. E é isso que fizemos ao iniciar o trabalho da presidência,” explica Küller | Foto: Divulgação.
aRede/JM: Tivemos recentemente a aprovação do projeto de revisão da planta genérica de imóveis de Ponta Grossa. Como que você analisa toda essa questão?
Küller: Pautamos pelo diálogo com o Executivo. Citarei dois exemplos. O Plano Diretor ficou travado durante três anos sem a discussão e sem votar na Câmara. […] O que fizemos? Iniciamos uma conversa com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Iplan) de Ponta Grossa, depois levamos lá para a Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para a Associação dos Pequenos Construtores e chegamos a um consenso. Foi votado sobre a Planta Genérica de Valores, que era proposto pela prefeita desde seu primeiro mandato. Houve o diálogo com os vereadores, com os segmentos, com a imprensa. Propus uma audiência pública antes da votação e se chegou a um consenso das lideranças. Votamos em duas sessões. […] É um avanço para a cidade. Teremos muito investimento do ano que vem em Saúde, Educação e Segurança Pública.
aRede/JM: Para os próximos meses teremos a pauta do orçamento do município, há alguma outra pauta que ainda renderá mais repercussão na Câmara?
Küller: Não. […] O orçamento é muito importante, temos uma expectativa que o município ultrapasse os R$ 2 bilhões. Estamos apreensivos com relação a isso para podermos estar analisando e avaliando quando chegar à Casa de Leis. E é o trabalho do vereador. Estaremos nos expondo cada vez mais. Alguns projetos virão. Os vereadores fazem projetos.
aRede/JM: A Câmara realizou o convite a alguns deputados para mostrarem o que têm feito para Ponta Grossa. Isso também foi uma iniciativa sua, certo?
Küller: Foi. Chamamos todos os deputados que representam ou dizem que representam a cidade. Vieram poucos, mas tiveram oportunidade de fazer uma prestação de contas para os munícipes ponta-grossenses daquilo que está ou veio a investir. Quero dizer que é muito pouco. Estamos muito longe de cidades do mesmo porte que o nosso. […] Precisamos de muito mais.
aRede/JM: Os vereadores, quando eles recebem as suas demandas, eles recorrem aos secretários. Como que você avalia essa relação?
Küller: Quando iniciamos o mandato de presidente, foi feito um diálogo com a prefeita Elizabeth e com os secretários para que portas estivessem abertas. […] Em um modo geral, as secretarias estão abertas aos vereadores e volto a frisar o importante trabalho que faz o vereador, porque é ele que está no dia a dia verificando aquilo que acontece no bairro. Temos as emendas impositivas também, que são muito importantes. A prefeita elogia muito isso.
aRede/JM: Essa questão das emendas impositivas […] foi uma vitória realmente da Câmara e dos vereadores, porque creio eu que não são em todos os municípios que isso acontece.
Küller: Exatamente. Alguns municípios, e isso é um trabalho da Ascamsul também, não conseguiram ainda ter essa evolução. Trabalhamos para os municípios conseguirem porque, como falei, o vereador tem o olho clínico e sabe lá que no posto de saúde, por exemplo, da Vila Cipa tinha problemas. […] É um trabalho bacana e a prefeita Elizabeth, aonde vai, diz: “olha, peça para o vereador a emenda que ele traz para você”. Então, isso significa uma parceria. É bom para o município e para o Poder Executivo, porque ele também chegará em locais onde ainda não chegou investimento.

“Trabalhamos para os municípios conseguirem porque, como falei, o vereador tem o olho clínico e sabe que lá no posto de saúde, por exemplo, tem problema,” finaliza Küller | Foto: Divulgação.
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