Técnico do Cruzeiro, Leonardo Jardim falou logo após o empate por 2 a 2 com Botafogo, nesta quinta-feira (4), que definiu a Raposa como terceira colocada do Brasileirão. E refrescou a memória sobre a sua chegada ao clube mineiro, logo após a demissão de Fernando Diniz.
Contratado em um momento de imensa pressão na Raposa, que vinha de um vice-campeonato na CONMEBOL Sul-Americana na temporada anterior, o técnico português revelou que teve um início complicado no Cruzeiro, mas que após uma conversa direta e reta com Pedro Lourenço, dono da SAF cruzeirense, iniciou uma reação.
Na conversa, Jardim disse que faria mudanças no time e, caso elas não surtissem efeito, entregaria o cargo – e sem receber nada por isso.
“Vocês sabem que a temporada começou de uma forma muito difícil. Foi por isso que trocou o treinador. Quando corre bem, não é necessário trocar o treinador. Eu acho que os nossos jogadores deram uma demonstração de que era possível jogar nos primeiros lugares do campeonato a partir do jogo do São Paulo”, disse.
“Não me esqueço, na véspera do jogo do São Paulo, eu reuni os jogadores e disse: ‘Temos o jogo do São Paulo e temos o jogo do Bahia. Se não mudarmos os comportamentos e se não mudarmos a atitude, eu não estou aqui a fazer nada’. E saí da reunião e encontrei o nosso presidente. Eu disse ao presidente que iria fazer umas alterações. Também se não correr bem, depois do jogo do Bahia eu vou embora e você não paga nada. Eu vou embora direto”, prosseguiu.
“Eu fico muito satisfeito e essa minha conversa com o Pedrinho e esses jogos foram muito importantes. Foi o clique para que eles conseguissem demonstrar o real valor que eles têm da nossa equipe, que a nossa equipe tem.”
Com a sua resolvida na Série A, Jardim foi questionado se pensa em poupar o time para a última rodada, no domingo (7), contra o Santos, na Vila Belmiro, e foi direto. Vale lembrar que o jogo vale a permanência do Peixe na elite nacional.
A Raposa, por sua vez, ainda tem a Copa do Brasil pela frente e encara o Corinthians, na semifinal, já na quarta-feira (10). A ida será no Mineirão.
“Para nós com certeza nos custaria jogar na nossa melhor versão. Você sabe que não sou apologista de rodar o plantel e fazer grandes trocas, de vários jogadores. Mas o calendário exige, temos um jogo daqui a seis dias e eu não posso colocar o grupo que jogou mais, que já traz 50,60 jogos, fazer viagens, jogar mais um jogo difícil. É uma porta que se abre para aqueles que têm jogado menos, mostrar por que estão aqui no elenco do Cruzeiro e também ganhar algum ritmo. Não vamos jogar só com 11, vamos jogar com outros, e esses também vão ganhar um pouco de atividade, de tempo de jogo, para nos ajudarem nas semifinais”, disse.


