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Líder do Irã se isola em bunker e define sucessão

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, refugiou-se em um bunker e reforçou a segurança pessoal desde o início da guerra com Israel. Ele passou a se comunicar com os principais comandantes apenas por meio de um assessor direto e suspendeu o uso de dispositivos eletrônicos entre as autoridades para evitar rastreamento.

Khamenei indicou ainda três clérigos como possíveis sucessores, caso seja morto durante o conflito. As medidas foram confirmadas por autoridades iranianas ouvidas sob condição de anonimato. O jornal O Estado de S. Paulo divulgou as informações neste sábado, 21.

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Segundo essas fontes, o líder busca assegurar uma transição rápida e preservação do regime caso o pior aconteça. A decisão inclui a orientação formal para que a Assembleia de Especialistas, responsável pela escolha do líder supremo, escolha entre os nomes indicados por ele.

Desde 13 de junho, Israel conduz a maior operação militar contra o território iraniano desde os anos 1980. Em poucos dias, os ataques deixaram mais danos em Teerã do que toda a guerra com o Iraque.

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Instalações militares, infraestrutura energética, refinarias e prédios residenciais de cientistas nucleares foram alvos. Centenas de civis e militares morreram e milhares ficaram feridos.

Entre as vítimas, estão comandantes importantes, eliminados em operações aéreas e por drones lançados por agentes infiltrados, segundo o próprio governo iraniano. Teerã enfrenta apagões de energia, cortes de comunicação e esvaziamento forçado em bairros inteiros por ordem de Israel.

Apagão digital e regras rígidas para conter infiltração

Com o avanço da guerra, o Irã determinou o bloqueio da internet e de chamadas internacionais. O Ministério da Inteligência proibiu o uso de celulares e obrigou altos funcionários e oficiais a permanecerem em abrigos subterrâneos.

O governo instaurou postos de controle em rodovias, ruas e entradas de cidades para deter suspeitos. O Conselho Supremo de Segurança Nacional ordenou que colaboradores de Israel se entreguem até o final de domingo 22.

Além disso, o comunicado oficial avisou que as autoridades executarão quem não se render. O governo orientou a população a denunciar movimentações estranhas e a evitar o registro de imagens de locais sensíveis.

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Como resultado, a guerra provocou um raro consenso entre as facções políticas e impulsionou o sentimento nacionalista. Personalidades que antes criticavam o regime passaram a apoiar a defesa do país.

Ativistas, atletas, artistas e celebridades expressaram nas redes sociais a disposição em resistir. Hotéis e salões de festas acolhem famílias deslocadas sem cobrar. Padarias limitam a venda de pão para atender mais pessoas, e voluntários ajudam idosos e pessoas com deficiência.

Líder tenta blindar legado e evitar colapso do regime islâmico

Analistas argumentam que as decisões de Khamenei são pragmáticas diante do risco de assassinato e da escalada da guerra. Além da ameaça direta de Israel, cresce o temor de uma intervenção dos Estados Unidos.

Washington D.C. possui os equipamentos necessários para atacar instalações nucleares subterrâneas do Irã, como Fordo. O aiatolá se dirigiu ao país duas vezes em vídeos gravados, prometendo que o Irã não se renderá.

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Apesar dos bombardeios, ele insiste na continuidade dos contra-ataques. Os riscos, no entanto, aumentam a cada dia, com impactos devastadores para o país e a região, caso o conflito se amplie.

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