O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante(RJ), saiu mais uma vez em defesa da colega de bancada Carla Zambelli (SP). A parlamentar deixou o país depois de ser condenada a 10 anos de prisão por supostamente ter comandado a invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Sóstenes garantiu a Oeste que “com toda a certeza” vai atuar para defender Zambelli da atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) — cujo ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão da parlamentar, em decisão publicada nesta quarta-feira, 4.
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“Com certeza esse é mais um caso de perseguição política a parlamentares da oposição”, afirmou Sóstenes. “E agora com a mãe e até com o filho menor de idade da deputada Zambelli.”
Na decisão, Moraes impôs o bloqueio de contas no Instagram do filho da deputada, João Zambelli, de 17 anos, e de sua mãe, Rita Zambelli, que pré-candidata a deputada federal.
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Na terça-feira 3, Sóstenes já havia saído em defesa da parlamentar no X: “O processo contra a deputada Carla Zambelli é mais uma prova da escalada autoritária que vivemos”.
Em outro post, o líder do PL afirmou: “Quando se trata de uma deputada de direita e conservadora, a justiça corre — e atropela”.
“Sem provas”, prosseguiu. “Sem crime. Sem direito à defesa plena. Carla foi cassada por opinião. Por ser mulher. Por ser de direita. E por não abaixar a cabeça.”
🚨 O processo contra @CarlaZambelli é um dos mais rápidos da história do STF. Por quê?
Inúmeros políticos de esquerda investigados por corrupção, há anos seguem livres, tem até réu confesso de rachadinha.
Mas quando se trata de uma deputada de direita e conservadora,a justiça…
— Sóstenes Cavalcante (@DepSostenes) June 3, 2025
Zucco também sai em defesa de Zambelli
O líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), emitiu uma nota na qual afirma que a “decisão que determina a prisão da deputada federal Carla Zambelli representa um atentado frontal à Constituição, ao devido processo legal e às garantias democráticas”.
“A Constituição é cristalina: parlamentares só podem ser presos em flagrante e por crime inafiançável”, alertou. “Não é esse o caso. Ainda assim, de forma monocrática, um ministro do Supremo Tribunal Federal atropela as leis, rasga a Constituição e subverte os princípios mais básicos do Estado de Direito.”


Para Zucco, não se trata de uma decisão jurídica, mas de um “ato político, autoritário e persecutório”. Ele destacou que a “escalada da ditadura do Judiciário” que atinge Zambelli “já avançou sobre outros parlamentares e centenas de cidadãos brasileiros, muitos deles presos indevidamente e outros tantos exilados no exterior”.
“Mais grave ainda é o ataque desferido contra sua família, com o bloqueio das redes sociais de seu filho, João Zambelli, um jovem de apenas 17 anos, e de sua mãe, Rita Zambelli, pré-candidata a deputada federal. Soma-se a isso o absurdo bloqueio dos bens da deputada — medida que, além de flagrantemente abusiva, agrava ainda mais a sucessão de ilegalidades presentes nesse despacho autoritário”, afirmou.
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O líder da oposição ainda destacou que a ordem de prisão preventiva imposta à deputada por Moraes deve ser “mediatamente submetida à deliberação do Plenário da Câmara dos Deputados, conforme determina expressamente a Constituição Federal”.
“Qualquer omissão nesse sentido significará não apenas a conivência com mais um atropelo, mas a renúncia, por parte desta Casa, de sua própria autoridade e de suas prerrogativas institucionais”, disse Zucco. “O Brasil precisa reagir. Precisamos, juntos, defender a democracia, a liberdade e a Constituição. O que está em jogo não é apenas a imunidade parlamentar, mas o futuro da liberdade no nosso país.”
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