Depois da inclusão do pastor Silas Malafaia no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre ações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no exterior, um grupo de 26 líderes do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (CIMEB) divulgou nota de repúdio à decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Os signatários classificaram a medida como “imprópria e injusta”, alegando que ultrapassa o campo político e ameaça a liberdade religiosa. A nota descreve Malafaia como uma das principais lideranças evangélicas do país e acusa a decisão de configurar perseguição.
O conselho também apelou a ministros do STF, senadores e deputados, alertando para riscos à democracia e defendendo que “a liberdade de expressão e a liberdade religiosa são inegociáveis no Estado Democrático de Direito”.
“O pastor Silas Malafaia é uma das maiores lideranças evangélicas do país, com reconhecimento internacional, sendo uma das principais vozes que representam o povo evangélico brasileiro”, diz a nota. “Não podemos aceitar tamanha perseguição, que ultrapassa o âmbito político e atinge também a esfera religiosa”, afirmaram os signatários, segundo a matéria original.”
A ação contra Malafaia


Malafaia, aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, passou a ser investigado no mesmo inquérito que apura a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos em favor de sanções contra ministros do STF e outras autoridades. O processo, relatado por Alexandre de Moraes, inclui ainda Jair Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo, que auxilia Eduardo no exterior.
A preocupação da comunidade evangélica foi reforçada por ações do ministro André Mendonça, que procurou colegas do Supremo e o presidente da Câmara, Hugo Motta, logo depois da divulgação da investigação na quinta-feira 14.
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Mendonça argumentou que criminalizar a liberdade de expressão e religiosa pode acirrar o clima entre evangélicos e o STF. Nas conversas, o ministro alertou também que a inclusão de Malafaia pode provocar reação da bancada evangélica e aumentar a pressão sobre Hugo Motta no Congresso Nacional.
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