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Liga sem Flamengo? Saída da Libra? O que envolvidos pensam em meio à nova batalha pública de Bap x Leila

A guerra pública que envolve Libra, Flamengo e Palmeiras ganhou novas batalhas nesta quarta-feira (15).

Além da entrevista de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, mandatário do Rubro-Negro, ao UOL, respondendo as recentes falas de Leila Pereira, Silvio Matos, executivo do bloco, fez críticas à postura do clube carioca em entrevista ao Estadão e respondeu se é possível a criação de uma liga única no Brasil sem o Flamengo.

“Acho que o futebol precisa de todos os clubes, principalmente clubes icônicos, históricos e formidáveis. Tecnicamente, dá? A resposta é “sim”. Mas faz sentido? Talvez não. Mas esse não é nem de perto o tema. O tema é como a gente constrói uma liga para todos”, disse Silvio.

“A gente tem que mudar o eixo dessa direção, na conversa. Não pode ficar se olhando no retrovisor, senão você vai bater o carro. Está na hora de olhar para frente. Essa discussão toda é anacrônica. Existe a questão jurídica, que vai ser debatida na Justiça e não cabe a nós especular”.

O executivo respondeu ainda como fica o futuro da relação Libra/Flamengo em meio à batalha judicial entre os dois lados após o time carioca conseguir vetar um repasse de R$ 77 milhões aos times do bloco.

“A tendência para o futebol é que se encontre um acordo. Se a arbitragem for importante para isso, que ela seja usada. O que de certa forma os presidentes rejeitam é um bloqueio desproporcional, dessa magnitude, para discutir uma tese que pode ser discutida”, disse Silvio.

Durante a entrevista, o executivo da Libra chamou a discussão atual entre os envolvidos de “botecalização” e revelou que houve um “armistício” entre os clubes para que não houvesse idas à justiça em meio ao impasse financeiro, uma vez que eles tentariam encontrar uma saída interna. “É por isso que um pedido de liminar no meio da discussão pegou todo mundo surpreso”.

“E aí há outra confusão hoje que a gente vê na botecalização do assunto no mundo das redes sociais. ‘Houve o veto do Volta Redonda e do Flamengo’. Não, é o contrário. Os clubes votaram… E isso está em ata, temos a gravação, os clubes votaram para manter o estatuto”.

“A gente muda ou não o que está escrito no estatuto? No final dessa assembleia, há um pedido expresso ao Flamengo, foi até usado o termo “armistício”, para que não houvesse nenhum tipo de judicialização, para que a gente continuasse tentando achar alguma forma de solucionar a questão”.

“Talvez com novas receitas, algo que saiu do nosso escopo desde que a gente ficou enfiado nessa discussão”, disse o executivo.

Resposta de Bap para Leila Pereira e acusações contra André Sica:

Nesta quarta-feira (15), Bap respondeu Leila Pereira a respeito das falas da presidente do Palmeiras sobre “terraflamismo” e a sugestão de criação de uma liga sem a presença do Flamengo.

“Acho que é uma declaração infantil. Tentando colocar uma coisa que não é viável. Não existe isso. Quem é que discutiu que quer estar separado? O Flamengo quer ficar na Libra. O Flamengo nunca discutiu, o Flamengo nunca aventou a possibilidade de sair”, iniciou.

“O Flamengo, muito antes de todo esse pessoal, defendeu a lei do mandante que trazia para todos os clubes um valor que eles não tinham até então. Então o Flamengo, muito pelo contrário, o Flamengo foi generoso demais neste processo, pensando na consecução de uma liga futura”.

“Agora, alguns só pensam em dinheiro, pensam em tirar vantagem, dedicam mais tempo e energia a aparecer em público, a propagar o seu ego do que, de alguma forma, em trabalhar pelo interesse coletivo. As coisas são como são. Você sabe que vai jogar sozinho? Como que vai jogar sozinho? Onde que se tira essa ideia?”.

Ao Uol, Bap também disparou contra André Sica, um dos representantes do bloco e advogado de clubes do futebol brasileiro, dentre eles, o Palmeiras, ao chamar a Libra de “palmeirense” e falar em um “conflito de interesses evidente” entre as partes.

“O [André] Sica é advogado do Palmeiras, trabalha para o Palmeiras, a família dele trabalha para o Palmeiras há muito tempo. O escritório que entrou com agravo da Libra contra o Flamengo é do Sica. Isso é um conflito evidente. Isso é um conflito evidente”.

“Se eu pudesse voltar atrás no tempo, eu jamais teria concordado com a construção de uma Libra. A Libra é verde. A Libra é toda verde. A Libra é palmeirense. O Sica é advogado do Palmeiras. Virou advogado de outros clubes. Está certo? Ele é advogado. Ele advoga para outros clubes que estão na Libra”.

À ESPN, André Sica, Sócio do CSMV Advogados, negou que seus familiares tenham trabalhado para o Palmeiras e citou que defende demais times do futebol brasileiro, ressaltando que tem o sonho de ver o “futebol unido”.

“Eu fico lisonjeado com as palavras do BAP, mas imagino que ele não tenha acesso a todas as informações. Meu pai faleceu em 2001 e era engenheiro. Minha mãe é professora de francês. Portanto, não é verdadeiro que qualquer pessoa da minha família tenha trabalhado para o Palmeiras. Apenas eu tenho essa honra”.

“A respeito de trabalhar para outros clubes da Libra, meu escritório trabalha para mais de 30 clubes pelo país. Tenho uma também a honra de trabalhar para o Red Bull desde 2011, para o Cruzeiro desde o início da SAF, para o Bahia desde a compra pelo Grupo City, além de muitos outros gigantes, tanto da Libra quanto da LFU”.

“Justamente por isso fui escolhido pelo Landim e Bellintani como o advogado para iniciar o movimento de Liga no Brasil. Meu sonho e minha ambição profissional é ver o futebol unido. Para isso, invariavelmente, tenho que defender a Libra e, depois disso, a união com a LFU. Tenho certeza que o Presidente BAP perceberá isso com o tempo e, por que não, ainda pode virar um grande parceiro e amigo”, explicou.

CEO da LFU chamou Flamengo de “míope” em crise com a Libra:

À CNN Esportes, Gabriel Lima, CEO da Liga Forte União, disse que o time carioca tem uma “visão muito míope” sobre a divisão do dinheiro e explicou que o Rubro-Negro teria condições de conseguir outras fontes de renda além da grana vinda da televisão.

“Nós temos acompanhados o tema apesar se não estar diretamente ligado. Minha torcida é para que tenha um entendimento fora da esfera judicial. Acho que é muito prejudicial para os clubes que precisam receber terem seus recursos travados por uma discussão que deveria ser interna. Torço para que isso se resolva da maneira mais rápida possível”, disse Gabriel.

“Sendo bem honesto, acredito que a visão do Flamengo nessa história é muito míope. Vou dar dois argumentos muito técnicos e sem entrar no mérito de que está certo ou errado. Primeiro. As ligas mais bem-desenvolvidas dividem melhor os seus recursos. Dividir melhor significa um crescimento melhor”.

“Isso não significa que Flamengo ou Corinthians não vão ganhar mais do que os outros. Eles têm mais torcida, conseguem monetizar de outras formas, têm presença maior, vão conseguir monetizar outras coisas que os outros não conseguem. Deveria caminhar em uma direção que você divide melhor”, explicou.

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