O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira, 13, que enviou, no dia anterior, uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convidando-o para participar da COP30. O evento acontecerá em novembro, em Belém (PA). Apesar do convite, Lula criticou o norte-americano pelas tarifas e pelas sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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“Vai ser a ‘COP da verdade’”, disse Lula durante cerimônia no Palácio do Planalto. “Queremos cobrar dos governantes do mundo se eles acreditam ou não no que os cientistas falam. Que o mundo está passando por um gravíssimo problema”, disse o presidente. “Vão ter que dizer se acreditam ou não se teremos que tomar providências para que a temperatura no mundo aumente (até) 1,5°C.”
O convite ocorre em meio a críticas à COP30. A crise dos altos preços de hospedagem ameaça o sucesso das negociações e pode dificultar a presença de delegações de países menos desenvolvidos e ilhas, os mais afetados pelo aquecimento global.


A conferência também será marcada por um cenário internacional de hostilidade, com guerras, tarifas sobre exportações e a saída dos EUA do Acordo de Paris, anunciada por Trump.
Lula diz que quer respeito, não simpatia
Apesar do convite, o petista declarou que planeja dialogar com líderes da África do Sul, Alemanha, França e México para construir uma reação conjunta a Trump. Segundo ele, a resposta deve ser articulada e coordenada no cenário internacional, mas acompanhada de medidas internas.
Lula afirmou que “ninguém está desrespeitando direitos humanos” no Brasil. A declaração ocorreu um dia depois da publicação, pelos EUA, de um relatório que diz que a situação dos direitos humanos no Brasil se deteriorou.
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“Não é correto, não é justo e não é honesto”, disse Lula. “Nunca pedi para o presidente de outro país gostar de mim ou não […] Só quero que ele me respeite como presidente do meu País. Estamos tentando negociar e não tem ninguém para conversar.”
O “relatório de práticas de direitos humanos de países em 2024” foi entregue na terça-feira 12 ao Congresso norte-americano. O documento faz críticas ao petista e a Moraes. Também critica a prisão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no STF por tentativa de golpe de Estado. Composto por avaliações de 196 países membros da Organização das Nações Unidas, esse relatório é referência mundial.