Nesta quinta-feira, 10, o presidente Lula definiu suas indicações para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Para o STJ, o petista escolheu Marluce Caldas, procuradora de Justiça de Alagoas e tia do prefeito de Maceió, João Henrique (PL). Entre outros termos, o acordo previu a desfiliação de Henrique para um partido da base aliada de Lula, visando a 2026.
Já no TSE, Lula decidiu reconduzir Floriano de Azevedo Marques, a pedido de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e escolheu a advogada Estela Aranha, ex-secretária do Ministério da Justiça.
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Estela já trabalhou com Flávio Dino.
Listas tríplices de Lula e articulações políticas


A vaga no STJ estava aberta desde o ano passado e, em outubro, Lula recebeu duas listas tríplices. Em maio, o desembargador Carlos Brandão foi indicado para uma delas, de modo a deixar aberta a segunda vaga, agora preenchida por Marluce Caldas, considerada favorita apesar de divergências políticas locais. As nomeações para o STJ ainda dependem do aval do Senado.
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No TSE, as duas listas tríplices foram definidas ao final de maio e gerou uma movimentação intensa nos bastidores do governo federal e do Supremo Tribunal Federal (STF). A ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, promoveu a formação de uma lista composta exclusivamente por mulheres, que incluiu Estela Aranha, Vera Lúcia e Cristina Maria Neves. No lado oposto, a lista masculina continha figuras com laços estreitos com o ministro Alexandre de Moraes, como Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares.
A escolha de Estela Aranha para a vaga no TSE foi fortemente apoiada por figuras-chave dentro do governo, como o presidente eleito do PT, Edinho Silva, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Com sua trajetória como servidora de carreira no Ministério da Justiça e sua estreita ligação com o ministro Flávio Dino, Estela foi considerada uma opção estratégica, com um perfil técnico que agradava amplamente dentro do governo.
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Estela Aranha também agradou a uma ala empresarial que tem apoiado financeiramente campanhas do PT, o que acrescenta uma camada de apoio político importante em sua escolha. A decisão de Cármen Lúcia de apoiar Estela foi confirmada com sua declaração de que a candidata seria sua favorita, embora a ministra também tivesse mostrado disposição para considerar as demais opções.
Vera Lúcia, outra candidata da lista feminina, teve o apoio de ministros do governo e de movimentos negros, sendo vista como uma aposta ideológica para o TSE. Com o respaldo do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e do grupo Prerrogativas — composto por advogados alinhados ao governo de Lula e críticos da Operação Lava Jato.
Vera foi uma forte concorrente, mas acabou preterida pela escolha estratégica do governo, que optou por Estela. A candidata também representava uma opção mais alinhada à agenda ideológica do governo, com forte apoio de setores progressistas e movimentos sociais, como os movimentos negros.


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