O presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou um pronunciamento que será exibido na noite desta quinta-feira, 17, sobre as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros impostas pelo governo dos EUA. O comunicado, gravado no Palácio da Alvorada na quarta-feira 16, será transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão.
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O discurso de Lula terá como foco central a defesa da soberania nacional diante da tarifa adotada pelos EUA. A Secretaria de Comunicação Social do governo Lula avaliava, desde a semana anterior, a necessidade de um posicionamento oficial sobre a decisão do governo de Donald Trump que entra em vigor no começo de agosto e vai afetar as exportações brasileiras.
Antes de pronunciamento, Lula deu entrevista sobre tarifa dos EUA
Inicialmente, declarações dadas por Lula em entrevista à TV Globo e à Record, um dia depois do anúncio de Trump, em 9 de julho, eram consideradas suficientes por membros do governo.
No entanto, a abertura de investigação comercial contra o Brasil pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) levou o governo a optar pelo pronunciamento. O USTR, órgão responsável pelo comércio exterior dos EUA, não tem órgão equivalente no Brasil e cumpre funções similares às de um ministério voltado a relações comerciais internacionais.
A apuração norte-americana busca examinar medidas adotadas no Brasil que, segundo as autoridades dos EUA, podem “prejudicar” empresas de tecnologia do país. Entre essas razões estão práticas que os norte-americanos classificam como desleais, incluindo o Pix e o comércio informal na rua 25 de Março, em São Paulo.
A motivação da tarifa de 50% imposta por Trump
Trump anunciou, em carta publicada no Truth Social em 9 de julho, que as novas taxas começariam a valer em 1º de agosto.
Na mensagem, o republicano criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) em razão das ordens de censura e imposição de multas a empresas norte-americanas e mencionou o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o julgamento relacionado à tentativa de golpe de Estado no STF.
Trump também mencionou práticas comerciais brasileiras injustas. Outro motivo para taxar o Brasil, que não foi expresso na carta, seria a proximidade do governo brasileiro com o Brics, que tenta se sustentar como um bloco comercial e político de oposição aos EUA.
