O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembolsou cerca de R$ 939 milhões em emendas parlamentares entre quinta e sexta-feira da última semana. O Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento divulgou as informações nesta segunda-feira, 30.
Em apenas dois dias, o volume de emendas efetivamente pagas cresceu R$ 474,5 milhões. O total de recursos empenhados, ou seja, reservados para pagamento futuro, alcançou R$ 3,1 bilhões, com acréscimo de R$ 803,2 milhões no mesmo intervalo.
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A liberação acelerada ocorre em meio a crescentes pressões de deputados e senadores, insatisfeitos com atrasos no repasse das verbas. O empenho, etapa inicial da execução orçamentária, garante que os valores serão reservados para a execução futura dos projetos indicados por parlamentares.
O pagamento, por sua vez, marca a liberação definitiva dos recursos, depois do cumprimento das etapas de liquidação e comprovação do serviço contratado.


Entre os contemplados, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), recebeu o maior valor pago no período: R$ 20,6 milhões. Foi o primeiro repasse feito a ele em 2025.
Alcolumbre teve papel central na derrota do Planalto ao colocar em votação, quase imediatamente e de forma simbólica, um decreto legislativo que revogava o aumento do IOF promovido pelo governo.
Como resultado, a iniciativa passou com facilidade, apesar da expectativa de alguns aliados de que ele seguraria a votação no Senado para dar fôlego ao Executivo.
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A movimentação financeira reforça a percepção de que o governo busca recompor apoio no Congresso por meio das emendas. O Planalto recorre com frequência ao uso estratégico dessas verbas em momentos de crise com o Legislativo.
Com um Orçamento cada vez mais fragmentado, a liberação de recursos virou instrumento de negociação direta com os parlamentares, sobretudo em votações sensíveis para o Executivo.