Com as eleições presidenciais de 2026 no horizonte, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara pelo menos seis novos programas sociais. Os projetos visam alcançar a classe média, trabalhadores de aplicativos e famílias de baixa renda.
Lula tem como prioridade a aprovação da isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil e redução da alíquota para quem recebe entre R$ 5.001 e R$ 7.350. O Congresso deve votar a proposta até setembro, o que permitiria que o texto entrasse em vigor em 2026.
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O impacto fiscal dessas mudanças pode chegar a R$ 31,3 bilhões em 2026, segundo estimativas apresentadas pelo relator, Arthur Lira (PP-AL). Antes, a Receita Federal projetava uma renúncia de R$ 25,8 bilhões com as alterações no IR.


Entre as iniciativas em planejamento estão linhas de crédito subsidiadas para reformas residenciais e aquisição de motos elétricas por entregadores. Lula também mencionou elevar o teto do Minha Casa, Minha Vida acima dos atuais R$ 12 mil, para atingir a classe média.
O petista tem reiterado que distribuir recursos de forma ampla estimula a economia e reduz desigualdades, retórica que sustentou ao longo do terceiro mandato. A performance econômica é vista como fator crucial para a aprovação do governo nas urnas.
Apesar de já ter criticado ações semelhantes de seu antecessor, como ressaltou o ministro Fernando Haddad, Lula articula benefícios para setores específicos antes do próximo pleito. Haddad afirmou que Jair Bolsonaro fez uma “bagunça” no orçamento de 2022 ao gastar US$ 60 bilhões em benefícios.


Governo Lula faz cortes de beneficiários do Bolsa Família
O governo Bolsonaro criou auxílios para caminhoneiros, taxistas e ampliou o Auxílio Brasil e vale-gás, o que totalizou R$ 27 bilhões em gastos antes das eleições. Agora, o Ministério de Minas e Energia planeja anunciar o programa Gás para Todos em 5 de agosto, para ampliar o acesso ao gás de cozinha.
A expectativa é que o novo programa alcance 16,6 milhões de famílias, três vezes mais que o público atual do Auxílio Gás, que atende 5,4 milhões de lares atualmente. A medida será apresentada via Medida Provisória.
O Bolsa Família, principal programa social do governo, passa por uma revisão rigorosa em 2025. Entre junho e julho, 855 mil famílias foram excluídas. Trata-se do maior corte mensal da história do benefício.
O Ministério do Desenvolvimento Social atribui a saída em massa ao aumento de renda dos beneficiados. O ministro Wellington Dias (PT-PI) afirmou ao portal Poder360 que cerca de dois milhões devem ingressar no programa, mas o número de cortes atingiu o menor patamar em três anos. Dias garantiu que reduções futuras serão menores.