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Lula se aproxima da Rússia e prejudica empresa

A fabricante brasileira de aeronaves Embraer foi preterida em um contrato bilionário anunciado oficialmente nesta quarta-feira, 16. O negócio envolveria a LOT Polish Airlines, principal companhia aérea da Polônia. A empresa optou por adquirir 40 jatos A220 da europeia Airbus. A transação admite ainda a possibilidade de ampliação para até 84 unidades. 

Avaliado em US$ 2,7 bilhões, o negócio foi formalizado em junho, durante a Paris Air Show, um dos maiores eventos da aviação mundial. A escolha, aliás, ganhou até cerimônia oficial com direito principalmente à presença de autoridades políticas da Polônia e da França, além do Canadá, onde a Airbus monta os modelos A220. Na oportunidade, representantes dos três governos discursaram em companhia de executivos da fabricante de aeronaves, evidenciando assim o vínculo diplomático

A decisão marca uma mudança estratégica da LOT. Isso porque historicamente a companhia operava com aeronaves da Boeing e da fabricante brasileira. Conforme nota da companhia aérea polonesa, os jatos da Embraer serão gradualmente aposentados.

A Embraer reagiu de forma crítica, atribuindo a perda do contrato ao cenário geopolítico atual. “Entendemos que estamos vivendo em um momento excepcional em que a geopolítica desempenha um papel importante”. A empresa acrescentou que a manutenção da frota atual poderia gerar uma economia de “milhões de euros” à LOT.

Lula em Moscou teve influência na decisão

Especialistas também apontaram fatores externos à qualidade técnica das aeronaves. “A concorrência tornou-se muito mais política do que até mesmo um pedido normal de aeronave civil”, avaliou Nick Cunningham, analista da Agency Partners. Segundo ele, França e Polônia têm buscado reaproximação diplomática depois de desentendimentos recentes. Assim, a Airbus, que é europeia, leva vantagem.

Outro elemento contrário ao sucesso da Embraer seria a visita do presidente Lula da Silva à Rússia, onde participou das celebrações dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. A aproximação com o regime de Vladimir Putin foi mal recebida pela Polônia, país que adota posição firme contra a invasão da Ucrânia.

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A possível repercussão diplomática da visita do petista contribuiu para reforçar a percepção de que a escolha da LOT sofreu influência política. Em entrevista à imprensa internacional, o CEO da empresa polonesa, Michal Fijol, desviou o assunto. “Não foi um processo fácil. Recebemos duas ofertas muito competitivas. Mas estou satisfeito porque a Airbus nos queria mais”.

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