Nesta quarta-feira, 6, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ressaltou que não irá telefonar para o seu homólogo norte-americano, Donald Trump. A conversa entre os dois é tida como item importante para que os Estados Unidos reavaliem a aplicação da tarifa de 50% sobre os produtos exportados pelo Brasil — e que entrou em vigor hoje.
“No dia em que minha intuição disser que Trump está pronto para conversar, não hesitarei em ligar para ele, mas hoje minha intuição diz que ele não quer conversa”, afirmou o petista, em entrevista à agência de notícias Reuters. “Não vou me humilhar.”
A conversa de Lula com a equipe da Reuters contou com quase uma hora de duração. A entrevista não consta na agenda oficial da Presidência da República.
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Além de avisar que não pretende ligar para Trump, o presidente brasileiro elogiou a parceria do Brasil com outros países do Brics, como China e Rússia. Ele também aproveitou para criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o petista, o seu adversário político deveria ser punido por, segundo ele, “cortejar” a imposição da tarifa pelos EUA. A entrevista foi compartilhada por veículos de comunicação. Foi o caso, por exemplo, do canal da Notícias DWS no YouTube.


Trump disse que atenderia Lula
Diferentemente de Lula, Trump sinalizou estar aberto ao diálogo, sobretudo para discutir as novas tarifas comerciais. Na última sexta-feira, 1º, o republicano disse que o presidente brasileiro pode telefoná-lo “quando quiser”.
Em vez de conversar, Lula preferiu, no entanto, ironizar a situação, que impacta diretamente as exportações brasileiras para os EUA. Num primeiro momento, o petista sugeriu dar jabuticaba para o político norte-americano. Depois, disse que tentaria resolver o problema da tarifa por meio do jogo de cartas truco.




Trump destacou, em mais de uma oportunidade, que a aplicação da tarifa de 50% sobre as exportações tem como motivo a situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro. Conforme o republicano, o seu aliado brasileiro é vítima de “perseguição”.
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