Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

‘Lula ultrapassou todos os limites’, diz brasileiro em Israel

Em entrevista ao Oeste sem Filtro desta quinta-feira, 19, o administrador e guia de turismo Marcos Susskind, brasileiro residente em Israel, relatou como a população tem se protegido dos ataques recentes do Irã, abordou o posicionamento político da sociedade israelense e criticou a atuação de organismos internacionais e da imprensa diante do conflito.

Susskind explicou que “o nível de proteção que nós temos aqui em Israel […] é bastante grande”. Segundo ele, todos os edifícios com menos de 15 anos devem possuir um quarto à prova de bombas, gás e foguetes, e construções mais antigas contam com abrigos subterrâneos ou públicos. Supermercados, bancos e farmácias também possuem áreas protegidas.

Ele ainda destacou a evolução do sistema de alerta a mísseis. “Hoje, o sistema identifica quando o Irã solta um foguete contra Israel” e há dois avisos distintos: O primeiro, ao detectar o lançamento, e o segundo, com som mais forte, indica que há 1 minuto e meio para alcançar os abrigos.

YouTube videoYouTube video

Perguntado sobre o ânimo da população israelense diante da ofensiva militar, Susskind afirmou que há um apoio generalizado, independentemente de posicionamento político. “Não tem nenhum pedaço da população israelense que não esteja apoiando”, diz ele, porque “o contrário poderia significar a extinção do Estado de Israel e a morte de toda essa população”.

Ao tratar da postura do governo brasileiro, Susskind separou as percepções entre brasileiros residentes em Israel e israelenses. “Há uma incompreensão como é que Lula pode chegar ao nível de baixeza e torpeza moral […] com algumas das declarações absolutamente estapafúrdias, mentirosas e ofensivas tanto ao Estado de Israel como aos judeus do mundo”.

Em seguida, acrescentou: “O Lula ultrapassou todos os limites do bom senso e isso todo mundo aqui sente”. Ele ressaltou, no entanto, que “a população israelense nem sempre entende que há uma diferença entre o pensamento da população e o pensamento dessa elite política que domina o Brasil atualmente”.

Leia mais:

Israel está cercado por tentáculos financiados pelo Irã

Susskind descreveu a atuação do Irã como a de “um polvo”, com ramificações terroristas em diversas regiões. “No norte, financiaram o Hezbollah”; “na Síria, apoiaram Bashar al-Assad”; “na Faixa de Gaza, armaram o Hamas e a Jihad Islâmica”; “no Iêmen, sustentam os Houthis”; e “no Iraque, criaram o caos”.

Sobre o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, declarou: “ou muda a política de terror que o Irã patrocina […] ou, infelizmente, não haverá outra solução a não ser fazer com que a população iraniana derrube esse governo tirano”.

Susskind foi direto ao avaliar o papel da Organização das Nações Unidas. “A ONU em Israel é vista como um porta-voz de tudo o que é contra Israel” e criticou a frequência das condenações contra o país em detrimento de regimes autoritários. Também condenou o silêncio da organização diante dos ataques iranianos a civis e hospitais.

+ Leia mais notícias do Mundo em Oeste

Quanto à imprensa, mencionou distorções motivadas por viés ideológico ou incentivos financeiros: “Tem uma identificação ideológica mais forte do que a necessidade de expor a verdade”, criticou.

Citou como exemplo um caso em que a imprensa brasileira atribuiu a Israel um ataque que teria sido realizado pelo Hamas, com imagens antigas e localizadas a mais de 100 km do evento. “Depois eles pediram desculpas, reconheceram o erro”, ressaltou. “A questão é quanta gente leu a desculpa e quanta gente leu a manchete.”

Ao fim da entrevista, Susskind evocou a relação histórica entre judeus e persas. “Desde Ciro, o rei da Pérsia, que libertou os judeus do jugo babilônico, judeus e persas tiveram uma excelente relação”, recordou. Ele finalizou com a esperança por uma reaproximação entre os povos com o fim do atual regime iraniano.

Leia também: “O Brasil não está longe da fronteira da Faixa de Gaza”, artigo de Alexandre Garcia publicado na Edição 186 da Revista Oeste

Compartilhe:

Veja também: