Depois da avaliação de diferentes ministérios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu nesta quinta-feira, 17, vetar a proposta de aumento no número de deputados federais, medida aprovada anteriormente pelo Congresso. O veto, publicado no Diário Oficial da União (DOU), impede que a mudança tenha efeito nas eleições de 2026, contrariando a expectativa de parlamentares sobre o tema.
O projeto chegou ao Palácio do Planalto na quarta-feira 16, acompanhado de pareceres de órgãos como Secretaria de Relações Institucionais, Fazenda, Planejamento e Justiça. Em sua justificativa, Lula afirmou que “a proposta legislativa revela-se inconstitucional e contraria o interesse público”.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
Impactos orçamentários e argumentos do governo Lula
O presidente também argumentou que “ao prever a ampliação do número de parlamentares, a medida acarreta aumento de despesas obrigatórias, sem a completa estimativa de impacto orçamentário, de previsão de fonte orçamentária e de medidas de compensação, onerando não apenas a União, mas também entes federativos”.


O chefe do Executivo tinha três opções diante do projeto: sancionar, vetar ou deixar transcorrer o prazo legal para sanção, estratégia em que o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), poderia promulgar a norma. Esse procedimento já ocorreu com a Lei 15.152, que criou o Dia da Amizade Brasil-Israel, promulgada por Alcolumbre depois de ausência de manifestação do Executivo no prazo.
Reação do Congresso e cenário político
O presidente do Congresso já havia sinalizado que adotaria o mesmo caminho e promulgaria o aumento do número de deputados se Lula não sancionasse até o fim do prazo. O texto aprovado previa um acréscimo de 513 para 531 cadeiras a partir de 2026, com aprovação apertada no Senado.
O veto se insere em um cenário de tensões crescentes na relação entre Executivo e Legislativo. Na quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal também contrariou o Congresso ao restabelecer o decreto do governo que majorou o IOF, revertendo uma decisão dos parlamentares.
Apesar do veto presidencial, cabe ao Congresso analisar se mantém ou derruba a decisão. Como deputados e senadores entram em recesso legislativo, a análise sobre o veto só deverá ocorrer em agosto.