O presidente Emmanuel Macron e o primeiro-ministro François Bayrou conseguiram bater o recorde de governo mais impopular da França desde a fundação da Quinta República, informou neste domingo, 20, o jornal Le Figaro.
O periódico cita a pesquisa do instituto IFOP, segundo a qual apenas 19% dos entrevistados aprovam Macron e 81% reprovam. Entre os 81% que estão insatisfeitos, 48% estão muito insatisfeitos. Bayrou tem apenas 18% de satisfação. A pesquisa IFOP foi encomendada pelo Journal du Dimanche, publicação semanal francesa, e divulgada neste domingo, 20.
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Os números mostram uma queda significativa, já que, durante gestões anteriores, a soma dos índices era mais alta. Por exemplo, sob François Hollande, mesmo com insatisfação, o primeiro-ministro Manuel Valls obtinha 38% de apoio, elevando o total do executivo para 51%. Hoje, juntos, Macron e Bayrou somam apenas 37%.
“Os índices de popularidade do IFOP para o Journal du Dimanche confirmam uma tendência descendente para o presidente Emmanuel Macron e o primeiro-ministro François Bayrou”, informou o IFOP.
O governo impopular de Macron
Até então, Macron, que faz um governo de centro-esquerda e patrocina pautas “progressistas” e identitárias, nunca havia registrado aprovação inferior a 20%. Mesmo no auge dos protestos dos Coletes Amarelos, quando enfrentou forte oposição popular, manteve 23% de apoio. Depois da queda do governo Michel Barnier, motivada por moção de censura, o presidente tinha 21% de aprovação, subindo para 28% em abril, impulsionado por tensões internacionais e críticas de Donald Trump.
Apesar desse breve aumento, o cenário se agravou nos meses seguintes. Entre eleitores que apoiaram Macron em 2022, só 49% permanecem satisfeitos, o que representa uma uma diminuição de 12 pontos. Entre executivos, a queda chega a 8 pontos, enquanto entre líderes empresariais atinge 18 pontos.
François Bayrou, por sua vez, tornou-se o primeiro-ministro menos popular da história recente da França, segundo o levantamento do IFOP/JDD. “A popularidade de François Bayrou caiu ainda mais: 18% dos franceses dizem estar satisfeitos com seu trabalho, dois pontos porcentuais a menos que no mês anterior. O nível de insatisfação atingiu 82%, um recorde histórico, comparável apenas ao de Édith Cresson em julho de 1991”, afirma o instituto.
A pesquisa entrevistou mil pessoas com mais de 18 anos entre 16 e 17 de julho, segundo o IFOP.