PAPHOS, Chipre (Reuters) – O presidente da França, Emmanuel Macron, reiterou nesta sexta-feira seu apelo para o fim da exportação de armas usadas na Faixa de Gaza e no Líbano, acrescentando que se trata do único meio disponível para pôr fim aos dois conflitos que colocam Israel contra o Hamas e o Hezbollah, ambos apoiados pelo Irã.
“Esta não é de forma alguma um pedido para desarmar Israel, mas um pedido para o fim de qualquer desestabilização nessa região do mundo”, afirmou Macron em coletiva de imprensa no Chipre, ao fim de um encontro do Med9, que congrega países do Mar Mediterrâneo.
O conflito entre Israel e o Hezbollah surgiu há um ano, quando o grupo passou a lançar foguetes contra o norte israelense em apoio aos militantes palestinos do Hamas, no começo da guerra da Faixa de Gaza, após a operação do grupo que matou 1.200 pessoas no sul de Israel em questão de horas.
Nas últimas semanas, o conflito se intensificou, com Israel bombardeando o sul do Líbano, os subúrbios sul de Beirute e o Vale do Bekaa, matando muitos líderes do Hezbollah e enviando tropas terrestres a regiões do sul libanês. O Hezbollah tem lançado foguetes cada vez mais longe contra o interior israelense.
“Reiteramos a necessidade de um cessar-fogo, e esse cessar-fogo é essencial tanto na Faixa de Gaza quanto no Líbano. É necessário agora, tanto para nossos reféns quanto para a população civil, que são vítimas da violência, e para evitar uma contaminação regional”, afirmou Macron.
“É por isso que a França tem pedido o fim das exportações de armas usadas nesses teatros da guerra. Todos sabemos que essa é a única forma de colocar um ponto final nisso”, concluiu.
No sábado passado, o presidente francês já tinha pedido que os fretes de armamentos usados no conflito da Faixa de Gaza deveriam ser interrompidos, em um esforço maior em busca de uma solução política. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou no dia seguinte que colocar restrições contra Israel serviria aos interesses do Irã e seus aliados.
A França não é uma grande fornecedora de armas para Israel, tendo enviado equipamentos militares no valor de apenas 30 milhões de euros no ano passado, segundo relatório anual do Ministério da Defesa.
(Por Jean-Stephane Brosse e Benoit Van Overstraeten)