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Maduro elogia STF e acusa Bolsonaro de planejar 8 de janeiro

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, elogiou o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil e a Suprema Corte do México por supostamente garantirem o funcionamento da democracia em seus países. Segundo o chavista, em live transmitida na noite desta segunda-feira, 19, as vitórias de Luiz Inácio Lula da Silva e Claudia Sheinbaum nas eleições presidenciais brasileiras e mexicanas foram asseguradas pelos tribunais.

Ao comentar o resultado do pleito brasileiro, Maduro acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de sabotagem. “Lula venceu, e o presidente em exercício, seguindo o roteiro extremista de direita, se negou a reconhecer a vitória”, disse o chavista. “Tentou sabotar o processo. O impugnou. Esse processo foi ao mais alto tribunal de Justiça do Brasil, que proferiu a sentença e ratificou a vitória de Lula. Palavra santa. Respeito às instituições do Brasil.”

Sem provas, Maduro disse que Bolsonaro viajou para Miami no fim de 2022 para arquitetar os atos de vandalismo do 8 de janeiro. “Liderou um golpe de Estado, um assalto”, afirmou o ditador venezuelano, ao alegar que manifestantes teriam sido treinados e teriam recebido apoio de grupos policiais. “Atacaram todos os edifícios do Poder Público do Brasil, incluindo o Palácio do Planalto. Quebraram, destruíram, atacaram.”

O chavista mencionou os atos em Brasília para reforçar o argumento em favor do STF. “É realmente necessário celebrar os tribunais superiores”, salientou. “É preciso celebrar a institucionalidade de grandes países, como o México e o Brasil. Os tribunais superiores garantiram o funcionamento da democracia. É assim que deveria ser. E, se é assim por lá, que também seja por aqui. Constituição, lei, ordem e justiça.”

Elogios ao STF e pressão internacional

Os elogios de Maduro ao STF ocorrem em meio à pressão da comunidade internacional para que o ditador apresente as atas das eleições presidenciais venezuelanas. Desde a madrugada de 29 de julho, quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) — equivalente ao TSE do Brasil — anunciou a vitória do chavista, surgiram centenas de denúncias de fraude.

No anúncio, o presidente do CNE limitou-se a informar que Maduro vencera a eleição com 51,2% dos votos, contra 44,2% do opositor Edmundo González. O restante dos candidatos obteve, ao todo, pouco menos de 5% da preferência popular. “Uma agressão contra o sistema de transmissão de dados atrasou de maneira adversa a divulgação dos resultados das eleições”, justificou Elvis Amoroso, seis horas depois do fim da votação.

Oposição se antecipa a Maduro e apresenta as atas

No mesmo dia, os líderes da oposição tornaram públicas as atas que obtiveram por meio de uma apuração paralela. A derrota do chavismo foi acachapante: quase 70% dos votos para Gonzáles, contra 30% para Maduro.

Os resultados da apuração paralela estão disponíveis em uma plataforma on-line, com imagens digitalizadas das atas eleitorais. Nos documentos, é possível ver os dados que asseguram sua autenticidade: o número do circuito e da mesa de voto; a data e a hora da emissão dos boletins; e o chamado código “hash”, que é único e não se repete. Este último citado é uma espécie de RG das atas eleitorais. É impossível fraudá-lo. Além disso, no fim do documento, há um QR code e uma assinatura digital.

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Os documentos apresentados pela oposição foram chancelados por integrantes da comunidade internacional, como a União Europeia (UE) e a Organização das Nações Unidas (ONU).

“De acordo com as cópias das atas, Edmundo González parece ter sido o vencedor das eleições por uma maioria significativa”, disse o chefe da diplomacia da UE, Josep Borell, na quinta-feira 15. Essa afirmação se baseia em um relatório da ONU, que analisou o material depois de as denúncias se intensificarem.

Borrell acrescentou que o relatório das Nações Unidas reforça a desconfiança sobre a ditadura chavista. “De fato, o documento da ONU constata a falta de transparência do processo e diz que a manobra das autoridades é sem precedentes”, ressaltou.

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