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Mais de 30 mil empresas pediram recuperação judicial em 10 anos

De 2015 a 2025, o Brasil registrou pedidos de recuperação judicial de 31.773 empresas. Os processos impactaram diretamente outras 33.945 empresas credoras. Somadas, estas duas categorias representam 65.718 empresas envolvidas nos 48.205 processos judiciais distintos registrados.

Os dados fazem parte de um levantamento inédito da Predictus, maior banco de dados judiciais do Brasil, publicado na quarta-feira 18.

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De acordo com o estudo, os dados mostram um “retrato abrangente das empresas em dificuldades financeiras, as tendências processuais e o impacto de eventos macroeconômicos significativos, como a pandemia de covid-19”.

O setor mais atingido, segundo os dados, foi o da Indústria. Geograficamente, o estado de São Paulo concentrou a maior quantidade de casos, com aproximadamente 71% dos processos concentrados, majoritariamente na região Sudeste.

O pico do número de pedidos de recuperação judicial ocorreu no ano de 2017 e pode estar ligado aos efeitos prolongados da crise econômica de 2014 e 2016.

Estudo mostra que longevidade não garante segurança

A idade média das empresas que entraram em recuperação judicial nos últimos dez anos é de aproximadamente 34,6 anos.

Uma parcela significativa é composta por empresas bem estabelecidas no mercado:

  • 10-20 anos (Estabelecidas): 7.313
  • 30-50 anos (Veteranas): 9.964
  • 50+ anos (Centenárias): 10.311

Contudo, empresas mais jovens também estão representadas:

  • 0-5 anos (Muito jovens): 729
  • 5-10 anos (Jovens): 2.971

A empresa mais antiga registrada, segundo o levantamento, tinha 131 anos, e a mais jovem, 0 anos “possivelmente recém-formada e enfrentando problemas imediatos, ou uma anomalia nos dados”.

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“A prevalência de empresas mais antigas e estabelecidas sugere que a longevidade não garante imunidade a graves dificuldades financeiras, podendo apontar para falhas na adaptação às mudanças de mercado, má gestão prolongada ou choques externos avassaladores”, diz o estudo.

Natureja jurídica das empresas que recorreram à recuperação judicial

A natureza jurídica mais comum dentre as empresas afetadas é a Sociedade Empresária Limitada (19.383 empresas), seguida por Sociedade Anônima Fechada (5.421) e Sociedade Anônima Aberta (3.482).

Serviços de Telefonia Fixa Comutada lidera com 3.048 empresas. Em seguida vem Construção de Edifícios, com 936 empresas; Incorporação de Empreendimentos
Imobiliários, com 576 empresas; Transporte Rodoviário de Carga, com 482 empresas; e Holdings de Instituições Não Financeiras, com 437 empresas.

Leia também: “Inflação corrói poder de compra do brasileiro e varejo sofre”, reportagem de Carlo Cauti publicada na Edição 273 da Revista Oeste

“Esta distribuição reflete amplamente as estruturas empresariais comuns no Brasil. O número significativo de Sociedades Anônimas Abertas (empresas de capital aberto) indica que mesmo companhias com acesso aos mercados de capitais são vulneráveis”, afirma o estudo.

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