Pecuaristas, a escolha do touro reprodutor é uma decisão crucial para o sucesso da pecuária leiteira. José Amorim, de Alegre, no estado do Espírito Santo, tem novilhas guzerá e quer saber se o cruzamento com um touro girolando pode garantir uma boa produção de leite. Assista ao vídeo abaixo e confira as recomendações do especialista.
Nesta quarta-feira (12), o zootecnista Guilherme Marquez, especialista em genética de gado de leite e embaixador de conteúdo do Giro do Boi, respondeu à dúvida no quadro “Giro do Boi Responde”.
Ele explica que a resposta para essa pergunta depende de um fator fundamental: as informações que o pecuarista tem sobre a genética do touro.
A importância da avaliação genética na pecuária leiteira


Guilherme Marquez é enfático: para garantir que o cruzamento traga os resultados esperados, é preciso ter uma avaliação genética robusta do touro. Ele destaca a importância de saber:
- Se o touro é registrado: A filiação a uma associação, como a Associação Brasileira de Criadores de Girolando, garante a origem e a seriedade do trabalho de melhoramento genético do animal.
- Qual a lactação da mãe: A produção de leite da matriz é um dado concreto que indica a habilidade materna, um fator crucial para a produtividade da prole.
- Se o pai é provado para leite: O pai do touro deve ter uma alta habilidade prevista de produção de leite.
- Avaliação genômica: A análise do genoma do touro é a forma mais precisa de prever o resultado do cruzamento, oferecendo mais segurança na escolha.
Apenas com esses dados é possível ter segurança de que o touro Girolando tem a habilidade genética para transferir a característica de alta produção de leite para a prole.
Sem essa avaliação, a compra do touro é um “tiro no escuro” que pode resultar em prejuízos.
Cruzamento Guzerá x Girolando: potencial e incerteza


A cruza de guzerá com girolando tem um potencial promissor. O girolando é uma raça feita para a produção de leite e é provável que a prole resultante venha melhorada em relação à matriz guzerá. O guzerá, um zebuíno, contribui com a rusticidade, uma característica valiosa para o manejo a pasto e em climas tropicais.
No entanto, sem a avaliação genética do touro, a resposta é incerta. A genética, que determina a habilidade do animal de produzir leite, precisa ser comprovada por dados.
A avaliação é a única forma de prever com segurança o resultado do cruzamento e garantir que o investimento traga o retorno esperado.
Portanto, a recomendação para o pecuarista José Amorim é buscar as informações genéticas do touro. Compartilhar esses dados com um especialista pode levar a uma análise mais precisa e a uma decisão mais segura para a sua fazenda.