Depois dos bancos internacionais JP Morgan e Morgan Stanley reduzirem suas previsões para as ações brasileiras, o banco Julius Baer também seguiu o mesmo caminho e rebaixou suas expectativas em relação ao país. Isso aconteceu logo depois do anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o corte de gastos.
O governo brasileiro anunciou medidas que preveem um corte de R$ 71,9 bilhões em 2025 e 2026. Além disso, há a previsão de uma redução de R$ 327 bilhões até 2030. Contudo, essas ações não foram suficientes para convencer os investidores de que o Brasil adotará uma postura firme em relação à responsabilidade fiscal.
+ Leia mais notícias de Economia em Oeste
O presidente Lula (PT) tem defendido essa responsabilidade como prioridade de sua administração. A principal crítica do Julius Baer está na nova política fiscal do governo. Ela isenta o imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. A medida vai beneficiar cerca de 80% da população brasileira.
Porém, a ideia de que isso será compensado com um aumento da taxação para os mais ricos não agradou o mercado. Os investidores temem que as isenções não sejam sustentáveis a longo prazo e que isso afete a arrecadação do governo.
Para o banco, a economia brasileira deve ter o crescimento limitado
O banco também aponta outros fatores que contribuem para o pessimismo sobre a economia brasileira. O dólar ultrapassou a marca de R$ 6, o que gera incertezas. Além disso, há a alta nos juros. A previsão do Julius Baer é que a Selic atinja 14,50% até junho de 2025. Isso aumenta as preocupações sobre os custos de financiamento e o impacto sobre o crescimento econômico.
Outro ponto levantado pelo banco envolve o ambiente político. Com o fim do ano legislativo se aproximando, existe a expectativa de que o Congresso possa diluir as medidas de contenção de gastos. Isso comprometeria o cumprimento das metas fiscais estabelecidas pelo governo. Além disso, a política de juros elevados pode se manter até 2026.
O Julius Baer acredita que isso poderá limitar o crescimento da economia e dificultar a implementação de uma agenda fiscal responsável, especialmente com as eleições majoritárias previstas para esse período. Esses fatores, juntos, explicam o rebaixamento das previsões para o Brasil. A desconfiança dos investidores quanto ao futuro econômico do país está crescendo.