O pastor Silas Malafaia, líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, reclamou publicamente do estágio atual do Poder Judiciário brasileiro. Na tarde deste domingo, 29, o religioso discursou no ato “Justiça já”, na Avenida Paulista.
As críticas de Malafaia foram diretas ao ministro Alexandre de Moraes e ao Supremo Tribunal Federal. O pastor definiu o primeiro como “ditador de toga”. Em relação à Corte, afirmou que, na semana passada, ela instituiu, na visão dele, a “censura nas redes sociais”.
O religioso aproveitou o momento para pedir, mais uma vez, pela concessão da anistia aos presos pelos protestos de 8 de janeiro de 2023. Nesse sentido, lembrou que essa questão cabe exclusivamente, conforme o parágrafo VIII do artigo 48 da Constituição, ao Congresso Nacional.
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“Alô, Hugo Motta”, disse Malafaia, ao mencionar o presidente da Câmara dos Deputados. Ele direcionou a mesma mensagem ao presidente do Senado Federal — e consequentemente do Congresso —, Davi Alcolumbre (União-AP). “Alô, Alcolumbre.”
Malafaia critica delação de Mauro Cid e lembra de Clezão


Durante os quase 20 minutos em que discursou diante da multidão que marcou presença na Avenida Paulista neste domingo, Malafaia lembrou do acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República.
“Farsa de um pseudo golpe para tirar você do jogo”, disse o pastor, ao se dirigir ao ex-presidente Jair Bolsonaro. “Ranho de injustiça.”
Malafaia citou, por fim, o empresário Cleriston da Cunha, o Clezão, morto em novembro de 2023. Preso pelos atos de 8 de janeiro de 2023, Clezão, que enfrentava problemas de saúde, morreu sob custódia do Estado, na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Ele estava atrás das grades por ordem de Moraes.
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O pastor informou que Clezão era fiel da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. “Ele era membro da minha igreja”, disse Malafaia. “Tem sangue nas mãos de Alexandre de Moraes. Se isso fosse um país sério, ele tomaria um impeachment.”
Malafaia reconheceu, no entanto, que para cassar o mandato de Moraes ou de algum outro ministro do STF é necessário ter um Senado composto por políticos que integram a direita.
“Não podemos errar os votos dos dois senadores”, disse o pastor. “Mas precisa ser uma direita séria, não uma direita prostituta, que se vende.”
Oeste acompanhou o discurso de Malafaia e de políticos que participaram do ato “Justiça já”.

