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Mandioca açucarada é alternativa para produção de bioetanol, aponta pesquisa

Um estudo analisou a viabilidade de produzir bioetanol a partir da hidrólise e fermentação de raízes de mandioca açucarada. A pesquisa foi realizada pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e pelo governo do Amazonas.

A análise intitulada: “Mandioca açucarada, uma alternativa para a produção de bioetanol no estado do Amazonas”, observou que a quantidade de amido presente no bagaço, após extração do caldo, permite uma maior liberação de açúcares, o que torna o processo fermentativo mais eficiente e vantajoso.

Segundo a coordenadora do estudo, Leiliane do Socorro Sodré de Souza, a mandioca foi escolhida devido à motivação do grupo de pesquisa em desenvolver bioprodutos a partir de biomassa vegetal presente no estado.

“A produção de biocombustíveis é uma possibilidade interessante para comunidades isoladas. E, como a mandioca é uma espécie que vários produtores têm experiência com cultivo e, mesmo que a mandioca açucarada tenha algumas características diferentes, a mandioca amilácea e açucarada são similares no cultivo, e assim esta foi escolhida para a pesquisa”, afirmou a coordenadora.

A mandioca açucarada apresenta em sua composição em torno de 85% de água e o restante da composição divide-se em açúcares, proteína, amido e fibras.

Bioetanol

Sobre a investigação da viabilidade da produção de bioetanol através da hidrólise (fenômeno químico no qual uma molécula é quebrada em moléculas menores na presença de água) e da fermentação das raízes de mandioca açucarada.

“Foi utilizado o caldo extraído da raiz, que já contém açúcares, e o bagaço restante foi analisado e ao observarmos que o mesmo apresenta mais de 50% de amido, foi aplicado o processo de hidrólise para a quebra desse amido em moléculas menores, os açúcares. Com mais açúcar, favorecemos o processo de fermentação, no qual o etanol é liberado”, afirmou Leiliane Souza.

No processo, após prensar as raízes, foram obtidas duas porções, uma fase líquida (caldo) e uma fase sólida (bagaço), essa última foi levada para análise, por apresentar um teor significativo de amido, observou-se que o uso das enzimas permitiria aumentar a contração de açúcares.

Durante a pesquisa, no processo de fermentação com a levedura Saccharomyces cerevisiae a concentração de etanol obtida foi de 14,33 g/L em 72 horas de processo, sendo possível obter 0,29 g de etanol/g de biomassa. Esses resultados podem ser melhorados com ajustes na concentração de açúcares.

Outro benefício apontado pela pesquisadora sobre a utilização dessas fontes alternativas de energia foi a respeito da redução das emissões de gases de efeito estufa. Os biocombustíveis têm um ciclo de carbono mais equilibrado em comparação com os combustíveis fósseis, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.

O uso e a produção de biocombustíveis, como o etanol, são fundamentais para promover a autonomia energética em regiões isoladas, onde o acesso a recursos energéticos é limitado.

*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo

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