O número de cavalos mortos depois de consumir ração contaminada subiu para 284 desde maio deste ano. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou a informação na segunda-feira 21.
Os casos envolvem animais de quatro Estados. Todos apresentaram o mesmo ponto em comum: a ingestão de produtos da Nutratta Nutrição Animal.
+ Leia mais notícias de Agronegócio em Oeste
Desde o início das investigações, em 26 de maio, as análises laboratoriais identificaram a presença de alcaloides pirrolizidínicos — substâncias tóxicas que comprometem a segurança alimentar de equinos.
A partir da confirmação da contaminação, o Mapa determinou a suspensão da produção de rações voltadas a equídeos. Pouco depois, a medida foi estendida a todos os produtos fabricados pela empresa, independentemente da espécie animal.
A decisão ocorreu depois dos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária identificarem a monocrotalina nas amostras examinadas. O composto é tóxico e pode causar lesões graves no fígado e em outros órgãos dos animais.


Contudo, apesar da interdição, a empresa obteve uma liminar judicial que autoriza a retomada da fabricação de rações destinadas a outras espécies, exceto equinos. A Nutratta entrou com mandado de segurança para tentar reverter a suspensão cautelar imposta pelo governo.
Em resposta, o Ministério da Agricultura apresentou novos laudos técnicos para reforçar o risco sanitário e justificar a manutenção das medidas. A pasta recorreu da decisão judicial e aguarda nova análise.
Mapa aguarda posicionamento oficial da empresa
Até o momento, a Nutratta não se pronunciou publicamente sobre os casos. A CNN Brasil tentou contato com representantes da empresa, mas não obteve retorno. O ministério permanece monitorando os desdobramentos e mantém o alerta sanitário sobre os produtos da marca.
+ Leia também: “Uma alternativa de crédito para o produtor rural”
Portanto, as autoridades federais reforçam a orientação para que criadores evitem o uso de rações da Nutratta enquanto as investigações estiverem em curso. O caso reacende o debate sobre fiscalização de alimentos para animais e os mecanismos de resposta rápida a surtos de contaminação.