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Martin De Luca, advogado de Trump, fala a Oeste

Norte-americano do Estado de Nova Jersey, o advogado Martin De Luca começou a se interessar pelo Brasil em 2014, ao ter acesso ao noticiário referente à Operação Lava Jato. Tal interesse o fez estudar português e, com certa frequência, passou a viajar para o país.

Com a formação em Direito e a experiência de ter servido como procurador no Estado de Nova York, De Luca viu a sua ligação com o Brasil o transformá-lo em algoz da censura. Em 2025, aos 40 anos, ele foi a escolha da Trump Media, empresa mantida pela família do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Rumble, plataforma audiovisual na mira do Supremo Tribunal Federal (STF), para liderar o processo aberto na Justiça da Flórida contra o ministro Alexandre de Moraes.

Nesta semana, a ação contra o magistrado brasileiro contou com uma novidade. Pela segunda vez, a Justiça da Flórida intimou o juiz do STF. A partir da notificação, Moraes terá 21 dias para se manifestar a respeito da acusação de promover atos de censura, sobretudo contra a presença de cidadãos em redes sociais nos EUA.

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Em entrevista — em português — a Oeste, De Luca ressalta não ter dúvidas de que Moraes cometeu ilegalidades. Nesse sentido, o advogado cita como exemplo o jornalista brasileiro Allan dos Santos, que, condenado por Moraes, se mudou para os EUA.

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Moraes tem 21 dias para apresentar defesa ou protocolar um pedido de arquivamento do processo contra ele na Justiça da Flórida | Foto: Antonio Augusto/STF

“Moraes violou tratados mútuos entre Brasil e Estados Unidos”, diz De Luca. “Ele sabe como funcionam porque, no passado, os respeitou. Por isso, ficou claro que escolheu romper com essas tratativas ao encaminhar ordens para censurar o jornalista Allan dos Santos. Moraes interferiu em nosso país ao mandar que a empresa censurasse um cidadão norte-americano.”

Abaixo, confira, os principais trechos da entrevista com o advogado norte-americano Martin De Luca.

O senhor acredita que o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, por parte do presidente Donald Trump, tem relação com as decisões do ministro Alexandre de Moraes de censurar redes sociais?

Sem dúvida. E isso está explícito na carta que enviou a Lula. Trump menciona Bolsonaro e o julgamento ao qual o ex-presidente está submetido. Quem é o ministro que está por trás disso tudo? Trump fala também da inelegibilidade de Bolsonaro. Quem assinou essa inelegibilidade? Ordens sigilosas de censura, multas draconianas, expulsar empresas norte-americanas do Brasil. Quem fez tudo isso foi Moraes. Atualmente, no Brasil, há apenas uma empresa norte-americana banida, que é o Rumble. Não tem outra. Novamente pergunto quem é o culpado. A resposta: Moraes.

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Quantas ordens sigilosas do ministro foram enviadas ao Rumble?

Salvo engano, quatro.

Desde que o Rumble e a Trump Media acionaram o ministro no exterior, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou em cena. É competência da AGU defender o juiz do STF nesses casos?

Como não sou advogado brasileiro, não sei informar. O que posso informar, contudo, é que, há seis meses, ninguém apareceu para receber a notificação.

As ações são contra o ministro Alexandre de Moraes ou a pessoa Alexandre de Moraes?

A primeira ação foi para ele como ministro, enquanto a segunda, como pessoa física.

“Ao determinar que entregássemos a ele [Moraes] todos os dados de [Allan dos] Santos, ele faria com que violássemos a legislação norte-americana.”

Por que essa diferenciação?

Moraes violou tratados mútuos entre Brasil e Estados Unidos. Ele sabe como funcionam porque, no passado, os respeitou. Por isso, ficou claro que escolheu romper com essas tratativas ao encaminhar ordens para censurar o jornalista Allan dos Santos. Moraes interferiu em nosso país ao mandar que a empresa censurasse um cidadão norte-americano. Ao determinar que entregássemos a ele todos os dados de Santos, ele faria com que violássemos a legislação norte-americana, que veda esse tipo de atitude. Se o Rumble, por exemplo, cumprisse essas ordens, estaria indo contra a lei dos EUA. Eram ordens impossíveis.

Se o desfecho das ações for desfavorável ao ministro, o que acontecerá com ele?

Ele poderia ser responsabilizado civilmente para pagar multas. O júri, que foi um formato a nosso pedido, iria determinar essas questões. Como está no começo, não teria como falar em um fim dessa ação ainda.

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Leia também: “A conta chegou”, reportagem de Silvio Navarro publicada na Edição 277 da Revista Oeste

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