O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), deixou a sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, nesta quinta-feira, 5. O militar prestou novo depoimento para falar principalmente sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, conforme sustentam autoridades do Judiciário
A oitiva, que teve início às 15h, durou quase duas horas, terminando pouco depois das 16h30. Ao deixar a sede da PF, Mauro Cid evitou, no entanto, falar com a imprensa e seguiu em silêncio enquanto deixava o local.
PF questiona suposto plano para matar autoridades
Durante o depoimento, agentes da PF fizeram diversos questionamentos a Cid. As perguntas tinham relação com o hipotético plano que recebeu o nome de “Punhal Verde e Amarelo”. O plano teria, primeiramente, o objetivo de matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O novo interrogatório ocorreu duas semanas depois de Mauro Cid prestar depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, que manteve os benefícios da delação premiada. A delação esteve em risco de anulação depois de a PF dizer que havia contradições e omissões em declarações anteriores sobre o caso.
Mauro Cid, ao lado de Jair Bolsonaro, é um dos 37 indiciados no inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado. O inquérito está na Procuradoria-Geral da República (PGR). Cabe ao procurador-geral Paulo Gonet decidir se vai apresentar ou não denúncia contra os indiciados. A decisão, contudo, deve sair somente depois do Carnaval de 2025.
O STF manteve a delação de Mauro Cid depois de o militar fornecer informações em detalhes a Alexandre de Moraes sobre a atuação do general Walter Braga Netto no suposto golpe. Braga Netto foi ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa que tentava a reeleição em 2022.
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A Polícia Federal já ouviu Mauro Cid em 14 oportunidades. As autoridades o investigam por participação em crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.