Campeão da Champions League, classificado como o primeiro de seu grupo no Mundial de Clubes e um dos favoritos a vencer a competição, a situação no PSG não é só um ‘mar de rosas’. Nesta quinta-feira (26), Kylian Mbappé, que atuou pelos franceses de 2017 a 2024 e marcou 256 gols, processou o clube por assédio moral.
A informação foi confirmada pelo Ministério Público de Paris. O craque leva em consideração pagamentos em atraso e a forma como teria sido tratado pela instituição quando foi afastado antes do começo da temporada de 2023/24, na esteira de uma decisão sua de não renovar o contrato.
De acordo com a entidade parisiense, Mbappé estaria denunciando um ‘lofting’ a qual foi submetido. Na frança, esse termo é utilizado para descrever uma prática que envolve isolar ou deixar um atleta fora do elenco principal por motivos esportivos, administrativos ou disciplinares.
Em relação a valores a dever, o atacante alega que o PSG lhe deve 55 milhões de euros (cerca de R$ 354 milhões em conversão direta) somente em salários não pagos.
Mbappé chegou ao Real Madrid no começo da temporada de 2024/25 em uma transferência gratuita, após marcar 256 gols em sete anos pelo PSG, mas sem conquistar a Champions League – feito que o clube alcançou na última edição, sem ele.
O relacionamento do craque da seleção francesa com o time terminou em meio a profunda tensão e alguns torcedores o vaiaram em um jogo no Parc des Princes. O PSG se sentiu ‘decepcionado’ pois teria o pago contrato mais lucrativo da história do clube quando ele estendeu o vínculo em 2022. O atleta, por sua vez, teria ficado frustrado pelas promessas de contratar jogadores importantes não terem sido cumpridas.
Após o acordo, ele foi exibido diante da torcida segurando uma camisa com o número 2025. E, ali, Mbappé já teria ficado irritado porque o contrato era até 2024 — com opção de uma temporada extra.
O jogador surpreendeu o PSG em junho de 2023 ao informar que não aceitaria a opção de renovar por mais um ano. Com seu contrato efetivamente no fim, a instituição se viu na situação de precisar vendê-lo para evitar perdê-lo de graça quando o vínculo expirasse. Seu tempo no Parc de Princes poderia ter terminado naquele ano em meio a um tenso impasse de transferências.
Após deixar claro que não renovaria, Mbappé foi afastado do elenco durante a turnê de pré-temporada no Japão e na Coreia do Sul e forçado a treinar separado do time principal. O PSG disse que preferia vendê-lo a deixá-lo sair de graça em 2024, mas ele rejeitou uma oferta de € 300 milhões (R$ 1,6 bilhão na cotação da época) para o Al Hilal, da Arábia Saudita.
O clube, então, o deixou de fora do jogo de abertura da Ligue 1 naquela temporada, mas ele logo retornou ao time titular após negociações. Por todo esse cenário, a equipe jurídica de Mbappé disse em abril deste ano que tomaria medidas contra o PSG por assédio moral, devido à maneira como ele foi tratado na época.