O Palmeiras anunciou Jefté como a mais nova contratação da janela de transferências do meio de ano. O lateral-esquerdo, então no Rangers, da Escócia, desembarca no Allianz Parque após o atacante Ramón Sosa, o lateral-direito Khellven e o goleiro Carlos Miguel.
Formado nas categorias de base do Fluminense, Jefté volta ao futebol brasileiro após passagens pelo Apoel, do Chipre, e também Rangers, que em maio de 2024 o comprou por 800 mil euros (R$ 4,4 milhões à época). Aos 21 anos, ele disputou só uma temporada completa na Escócia, com 56 jogos (50 deles como titular).
Ao negociar Vanderlan com o Red Bull Bragantino, o Palmeiras se interessou em Jefté e ofereceu 6 milhões de euros (R$ 38 milhões) pelo jogador, uma oferta tão irresistível quanto surpreendente para jornalistas ouvidos pela ESPN e que acompanharam o rendimento do brasileiro de perto.
“Até me surpreendi que pagaram tanto por ele”, disparou Graham Falk, do jornal The Scotsman. “É um bom valor para receber, porque ele pode nunca atingir todo o seu potencial. Se ele conseguir, tudo bem, ainda foi um bom dinheiro”.
“Claramente o Rangers acredita que a proposta foi boa demais para recusar”, completou Christopher Jack, do Rangers Review.
Já Scott McDermott, do periódico Daily Record, explicou que a venda faz parte de uma nova filosofia que o clube escocês implementa: “Eles estão tentando estabelecer um modelo em que acham jovem jogadores com potencial, compram por valores baixos e depois os vendem com lucro”.
Mas o lado financeiro não é o único que explica a saída do lateral-esquerdo. O jornalista do Daily Record admitiu que o novo técnico da equipe, Russell Martin, não estava convencido por Jefté. Christopher Jack foi na mesma linha: “O treinador está procurando coisas diferentes nos laterais. Ele quer que todos estejam mais confortáveis com a bola. Ele quer que sejam capazes de pegar a bola e levá-la a diferentes áreas”.
Apesar disso, nada indicava que Jefté estava na lista de saídas. A tendência era que o Rangers contratasse um lateral mais experiente para brigar pela posição para que o brasileiro crescesse diante da situação.
O que esperar de Jefté em campo?
Todos os ouvidos pela ESPN reforçaram as qualidades ofensivas do lateral-esquerdo, que marcou um gol e deu quatro assistências na temporada 2024/25. “Ele é muito rápido, muito direto, gosta de ir para cima e para baixo no lado esquerdo o máximo possível”, descreveu Jack.
Por outro lado, também é consenso que ele pode melhorar na defesa, onde a falta de concentração ajuda nas falhas. Graham Falk foi sincero: “Não vou dizer que ele é terrível na defesa, mas teve momentos na última temporada em que ele foi mais um ponto focal no ataque”.
Todos pontuaram que as oscilações de Jefté foram normais para a idade do jogador, que disputou apenas duas temporadas como profissional. Eles ainda reforçaram que o lateral tem espaço para crescer, mas é necessário ter paciência.
“Acho que se os torcedores do Palmeiras derem um pouco de tempo a ele e o apoiarem, ele pode melhorar. Honestamente, não me surpreenderia se em dois ou três anos ele voltasse para a Europa. Eu definitivamente acho que ele tem alguns atributos que podem fazer dele um grande sucesso”, finalizou Scott McDermott.
