A Justiça de São Paulo condenou o médico Fernando Cabral a pagar R$ 10 mil de indenização a uma paciente operada por ele em 2018, no hospital Policlin, em Caçapava, interior do Estado. A decisão reconhece que a cirurgia ocorreu no dedo errado. O hospital também foi responsabilizado.
A paciente recebeu o diagnóstico de “dedo em gatilho” no dedo médio da mão direita. A condição causa travamento do dedo em posição dobrada, com estalo ao esticá-lo. Segundo a sentença, no entanto, o procedimento ocorreu no dedo indicador. O marido da paciente foi quem notou o erro, ao estranhar a posição do curativo depois da cirurgia.
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“Estamos diante de um erro médico grosseiro”, afirmou na ação o advogado Alan Lamão, advogado da paciente. As informações são do jornal Folha de SPaulo.
A juíza Simone de Oliveira, ao proferir a sentença, classificou o caso como “um erro gravíssimo”. Ela destacou que a paciente precisou passar por nova cirurgia para corrigir o problema. A magistrada também citou laudo pericial que confirmou que a cirurgia ocorreu “equivocadamente” no dedo errado.
Médico nega que operou dedo errado
Em sua defesa, o médico negou o erro. Ele alegou que, ao reavaliar a paciente no dia da cirurgia, constatou que o dedo mais comprometido era o indicador. Ele diz ainda que confirmou o diagnóstico durante o procedimento.


Segundo o médico, o dedo operado não era sadio. Cabral afirmou que operou os dois dedos, mas apenas um teve melhora. Ele disse ainda que adotou tratamento correto e que o médico não tem obrigação de garantir a cura.
Na ação, o advogado José Gonçalves defendeu que Cabral “é perito na área da ortopedia e traumatologia” e que “realizou o seu trabalho corretamente”. Segundo ele, a defesa vai recorrer.
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Já o hospital alegou que não houve erro médico com base nos documentos do processo. Afirmou ainda que, caso tenha havido falha, ela seria exclusiva do profissional. “O hospital não estava no comando no momento da ‘intervenção’”, declarou à Justiça.