O mel do Vale do Paraíba (SP) acaba de conquistar a Indicação Geográfica (IG) na categoria Indicação de Procedência (IP), concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O selo reconhece a tradição apícola da região e fortalece a economia local, tornando-se a 141ª IG brasileira e a sétima dedicada ao mel no país.
Segundo Hulda Giesbrecht, coordenadora de Tecnologias Portadoras de Futuro do Sebrae, o reconhecimento vai além da certificação:
“É o resultado de um trabalho coletivo que atravessa gerações e coloca o Vale do Paraíba no mapa dos melhores méis do Brasil. O produto ganha valor, fortalece o turismo e entrega uma experiência única a quem visita a região.”
Tradição apícola centenária
A apicultura no Vale do Paraíba começou no início do século XX com os monges trapistas. Desde então, a união entre pesquisa e saber tradicional garantiu uma produção sustentável e artesanal. A maioria dos apiários possui menos de 20 colmeias, reforçando o caráter familiar e a qualidade do produto.
O setor ganhou força em 2013 com o reconhecimento do Arranjo Produtivo Local (APL) do mel, que impulsionou a renda das famílias apicultoras. Em 2017, a produção já havia alcançado 31 toneladas, com a participação de mais de 300 produtores em 35 municípios da região.
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A Associação Socioeducativa de Pequenos Produtores Rurais de Redenção da Serra foi peça-chave no processo, atuando como representante legal e garantindo a governança da IG.
Impacto na economia e no turismo
O mel certificado movimenta a economia local, fortalece a pesquisa científica e contribui para a preservação da biodiversidade. Além disso, a IG transforma o produto em atrativo turístico, conectando visitantes à tradição apícola e ao sabor único do Vale do Paraíba.