Em entrevista ao programa Oeste com Elas, no canal da Revista Oeste no YouTube, o deputado federal Mendonça Filho (União Brasil-PE) comentou os recentes embates na Câmara dos Deputados e criticou a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na crise diplomática com os Estados Unidos e com o presidente norte-americano, Donald Trump.
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Sobre a ocupação do plenário por parlamentares da oposição, que pressionaram pela votação de temas como a anistia a envolvidos em atos de 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado, Mendonça lembrou que episódios semelhantes já ocorreram em outros governos.
“O PT já ocupou mesa do Senado e da Câmara e já radicalizou do ponto de vista político dentro da Casa”, disse. Ele citou a invasão do plenário pela militância do MST em 2006, liderada por Bruno Maranhão.
Para ele, o impasse da semana passada deve terminar com advertência ou chamada de atenção aos deputados, sem suspensões, por decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).


O deputado reforçou que atua no campo oposicionista dentro do União Brasil e defendeu mudanças no foro privilegiado. Segundo ele, parte dos parlamentares se sente “tolhida” por possíveis investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal. Em sua visão, a Corte deveria se limitar ao controle de constitucionalidade.


Ao tratar da política externa, Mendonça acusou Lula de explorar politicamente a crise com os EUA e Trump, motivada por tarifas impostas ao aço e ao alumínio brasileiros e pelas declarações do ex-presidente norte-americano. “Lula segue ameaçando Trump, escala e potencializa essa radicalização, inclusive liderando um debate sobre a substituição do dólar como moeda mundial”, disse.
Para ele, países como Canadá e Dinamarca reagiram com diplomacia a provocações semelhantes, enquanto o governo brasileiro busca “ganhos eleitorais” em vez de soluções.
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Apesar das críticas, Mendonça acredita que Hugo Motta terá “sensibilidade” para permitir que a pauta do foro avance. “A Câmara não pode simplesmente ignorar as pressões dos grupos, seja de qualquer lado político. O senso comum na Casa é que precisamos redefinir o foro privilegiado”, afirmou.
A entrevista reforçou o posicionamento do parlamentar como voz crítica ao Planalto e defensor de reformas institucionais. Ele vê na pressão das bancadas uma oportunidade para que temas parados voltem à discussão, mesmo diante das resistências internas e da disputa de agendas no Congresso.
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