
O mercado global de bioestimulantes atingiu US$ 4,47 bilhões, de acordo com o novo Relatório do Mercado Global de Bioestimulantes 2025 da DunhamTrimmer.
O documento será apresentado no Congresso Mundial de Bioestimulantes em Barcelona, na Espanha, de 1 a 4 de dezembro de 2025.
A análise projeta uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 9,9% até 2030. Essa é a primeira vez que as projeções de crescimento futuro caíram abaixo dos índices de referência de dois dígitos historicamente associados ao setor mais amplo de biológicos. No entanto, em vez de fraqueza, a consultoria enfatiza que isso reflete a evolução natural de um mercado forte.
O sócio-diretor da DunhamTrimmer, Manel Cervera, afirma que “dois fatores explicam fundamentalmente esse resultado: vários dos maiores mercados estão mostrando sinais precoces de maturidade enquanto, ao mesmo tempo, a massa crítica do mercado aumentou substancialmente. Assim, mesmo quando o crescimento absoluto permanece forte, as taxas de crescimento relativo declinam.”
O relatório ainda revela que os valores absolutos do mercado aumentarão em mais de meio bilhão de dólares anualmente até o final da década, ressaltando a expansão robusta, mesmo que moderada, do segmento.
América Latina lidera
A América Latina consolidou sua posição como o mercado líder tanto em valor quanto em crescimento, com o Brasil contribuindo com metade da receita da região.
Já os Estados Unidos mantêm seu status como o maior mercado individual do mundo, com a DunhamTrimmer citando o impacto significativo dos principais distribuidores norte-americanos que evoluíram para potências de formulação.
A classificação em quarto lugar da Europa pode surpreender os observadores, dado a liderança histórica das empresas europeias no desenvolvimento do mercado internacional.
Embora os mercados mediterrâneos tenham criado importantes líderes da indústria, a consultoria destaca que o crescimento em outras partes da região não atingiu a massa crítica para elevar as trajetórias gerais. No entanto, o crescente interesse na certificação CE poderia revigorar o mercado unificado da UE de 27 países.
A África permanece relativamente pequena no geral, com restrições estruturais, incluindo o desenvolvimento de canais comerciais e a fragmentação do sistema agrícola, limitando a adoção generalizada, embora a DunhamTrimmer antecipe uma emergência acelerada como polo de crescimento no início da próxima década.
Inovação de produtos e tendências
Os aminoácidos reafirmam sua posição de liderança entre as substâncias bioestimulantes, valorizados pela versatilidade nas formulações e forte alinhamento com os princípios de circularidade.
Os extratos de algas também mantêm um posicionamento premium como o segundo maior segmento, enquanto os ácidos húmicos e fúlvicos permanecem relevantes, particularmente à medida que a área irrigada se expande.
Como um potencial divisor de águas para o futuro, a DunhamTrimmer destaca o emergente mercado de Moléculas Bioestimulantes Únicas (SBM, na sigla em inglês), que está trazendo produtos que oferecem maior especificidade e eficácia mais consistente (com menor dependência das condições agronômicas) — potencialmente desbloqueando a adoção em larga escala em culturas anuais e cereais.
Pela primeira vez, o novo Relatório Global de Bioestimulantes subdivide o mercado por uso do produto. Impulsionado pela segmentação alinhada com o Regulamento UE 2019/1009 (Regulamento de Produtos Fertilizantes, ou FPR), a eficiência no uso de nutrientes (NUE) representa a maior categoria de aplicação de bioestimulantes, seguida de perto pela resistência ao estresse abiótico, que está capturando uma participação de mercado crescente em meio aos desafios climáticos em todas as geografias.
Culturas mais representativas
Frutas e hortaliças permanecem como o segmento de cultura primário, representando mais da metade da demanda total, embora as culturas anuais e cereais estejam se expandindo mais rapidamente — posicionadas para se tornarem o próximo grande motor de crescimento.
Apesar do crescimento percentual moderado, a DunhamTrimmer conclui que a resiliência comprovada do setor através de interrupções pandêmicas e pressões inflacionárias, combinada com oportunidades tecnológicas emergentes, reforça fortemente o otimismo sobre o papel dos bioestimulantes em enfrentar os desafios agrícolas enquanto avançam os objetivos de sustentabilidade global.


