A partir de outubro, a Meta deixará de exibir anúncios políticos em suas plataformas na União Europeia, com a justificativa de que as regras atuais do bloco tornam a operação inviável. A decisão foi comunicada nesta sexta-feira, 25, e se deve à implementação da Transparência e Orientação da Publicidade Política (TTPA) na região.
A empresa, que controla Facebook, WhatsApp e Instagram, afirmou que a suspensão envolve toda a publicidade política, eleitoral ou ligada a questões sociais na UE. Fora do bloco europeu, segundo a Meta, campanhas desse tipo seguirão normalmente sem alterações.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
No comunicado, a Meta destacou que usuários ainda poderão debater temas políticos e publicar mensagens nas redes, mas justificou a medida pelas “exigências inviáveis e incertezas legais” criadas pela legislação europeia. “A publicidade política online é uma parte vital da política moderna, pois conecta as pessoas com informações importantes sobre os políticos que as representam.”


A legislação da UE, segundo o grupo, impõe obrigações que tornam os processos internos excessivamente complexos e geram insegurança jurídica para os anunciantes. Em janeiro, o CEO Mark Zuckerberg acusou a União Europeia de praticar “censura” e comparou as multas a tarifas comerciais, informou a fonte da matéria.
Disputa entre big techs e União Europeia
A mais recente disputa envolve o modelo “pagar ou consentir”, exigido pela UE para uso de dados pessoais. Em abril, o bloco multou a Meta em € 200 milhões, cerca de R$ 1,3 bilhão, por infrações no Facebook e Instagram, além de prever novas sanções diárias caso as mudanças não fossem suficientes.
Meta has announced it will stop running political, electoral, and social issue ads across the European Union starting October 2025, citing legal complications under the EU’s new “Transparency and Targeting of Political Advertising” (TTPA) law.
The regulation mandates platforms… pic.twitter.com/3fpYaSdVrl
— JioNews (@JioNews) July 26, 2025
O Google também decidiu, no ano passado, eliminar anúncios políticos na região a partir de outubro de 2025, sob a alegação de dificuldades operacionais e incertezas jurídicas semelhantes. A União Europeia tem reforçado a regulação sobre plataformas digitais, principalmente empresas norte-americanas.
Empresas como Meta e Google criticam as regras e afirmam que as limitações comprometem a liberdade de expressão digital. O Departamento de Estado dos EUA acusou recentemente países europeus de punirem cidadãos por críticas aos governos, enquanto o Congresso norte-americano classificou a legislação europeia como “ameaça externa de censura”.
O presidente do Comitê de Assuntos Jurídicos do Congresso dos EUA, Jim Jordan, aliado de Donald Trump, agendou para a próxima segunda-feira, 28, uma reunião em Bruxelas com Henna Virkkunen, comissária europeia responsável por assuntos digitais.