Michel Pereira viveu mais uma noite amarga no octógono. O brasileiro foi nocauteado por Kyle Daukaus em apenas 43 segundos de luta no UFC Xangai, neste sábado (23), acumulando sua terceira derrota consecutiva no evento. O resultado escancara a má fase do “Paraense Voador”, que não vence desde maio de 2024, quando finalizou Ihor Potieria no UFC 301, no Brasil.
O combate mal começou e Daukaus aproveitou uma brecha logo nos primeiros segundos para conectar um preciso contragolpe, que levou Michel à lona. Na sequência, o americano encerrou rapidamente a disputa com cotoveladas no ground and pound. A derrota relâmpago surpreendeu ainda mais porque Pereira vinha de semanas de preparação intensa, prometendo recuperação após dois reveses seguidos. No entanto, a confiança demonstrada antes do evento não se traduziu dentro do cage.
Esse momento é um contraste duro para Michel, que até o início de 2024 vivia sua melhor fase no UFC, embalado por oito vitórias consecutivas. Carismático, com estilo ousado e performances de destaque, ele chegou a figurar no ranking dos médios e era tratado como possível desafiante ao cinturão. Agora, a realidade é outra: a queda brusca de rendimento ameaça diretamente seu futuro na organização.
Além da sequência negativa, a forma como os resultados têm acontecido preocupa. Nas três últimas lutas, Michel mostrou dificuldades em impor seu jogo, apresentando pouca resistência defensiva e incapacidade de reverter situações adversas. O rápido nocaute sofrido em Xangai intensifica as críticas e coloca em dúvida sua capacidade de recuperação no curto prazo.
Má fase
A atual fase é a mais complicada da trajetória de Michel no UFC. Depois de perder para Anthony Hernandez em outubro de 2024 e para Abus Magomedov em abril de 2025, o revés para Kyle Daukaus — em menos de um minuto de combate — representa a pior fase de sua carreira até aqui. As atuações apagadas contrastam diretamente com o lutador que já foi celebrado por nocautes, finalizações rápidas e lutas empolgantes.
A pressão externa também cresce. Analistas e fãs têm apontado a perda de confiança e a ausência de estratégia clara nas suas últimas apresentações. Se antes a irreverência era um trunfo, hoje parece não encontrar espaço em um cenário que exige consistência técnica e mental. Para seguir no UFC, Michel precisará se reinventar: ajustar seu jogo, recuperar o foco e provar que ainda pode ser competitivo na elite da categoria.