O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou, nesta sexta-feira, 25, a escolha de eleitores pobres por candidatos ricos. O petista comparou esse comportamento a “colocar raposa no galinheiro”, mas negou que esteja adotando uma retórica de luta de classes. “Não tem nós contra eles, são eles contra nós”, afirmou.

“O pobre fala que vai votar no prefeito que é rico porque ele não vai roubar, porque já é rico. Ora, ele só é rico porque já roubou, p*rra”, disse Lula, durante evento no Jardim Rochdale, bairro periférico de Osasco, na Grande São Paulo. “E aí, o pobre fica com preconceito contra o pobre.”

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O presidente da República alertou para o risco de confiar em políticos abastados. “O que leva uma pessoa que mora na periferia a votar num cara rico? Quando a gente vota num cara rico significa que a gente tá colocando uma raposa para tomar conta do galinheiro. Vocês acham que a raposa vai tomar conta do galinheiro?”

No evento em Osasco, Lula anunciou recursos para o programa do Novo PAC de reurbanização de favelas. O município será contemplado com obras em três bairros. Além do Jardim Rochdale, a Favela da 13 e na Favela do Limite também receberá recursos do programa.

A contradição entre o discurso e o patrimônio de Lula

Apesar do esforço em reforçar a imagem de “pai dos pobres”, Lula acumulou patrimônio significativo ao longo de sua trajetória pública. Em 2022, durante as eleições presidenciais, o petista informou ao Tribunal Superior Eleitoral possuir bens avaliados em R$ 7,4 milhões.

Desse montante, R$ 5 milhões estavam aplicados em previdência privada, modalidade de investimento pouco acessível à maioria dos brasileiros, que dependem do INSS para se aposentar. Lula começou a carreira como um metalúrgico sindicalista e construiu sua trajetória política com discurso voltado para as camadas populares.