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militar abandonou trilha depois de identificar falta de segurança

O militar da Força Aérea Brasileira (FAB) Vinícius dos Santos disse que desistiu de fazer a mesma trilha na Indonésia onde Juliana Marins se acidentou. A brasileira morreu depois de ficar quatro dias presa à beira do Vulcão Rinjani.

Em entrevista ao UOL News, o militar da FAB relatou ausência de infraestrutura adequada para emergências durante passeios turísticos na região. 

“O que se nota, inclusive em diversos passeios na Indonésia, é justamente a falta de uma infraestrutura de emergência”, disse Santos. “As estradas são muito precárias, muito movimentadas, muito cheias. Há um trânsito intenso.”

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O militar ainda disse que é muito difícil a chegada de socorro quando há alguma situação de emergência no monte. “Normalmente, você fecha os passeios com agências locais”, explicou. “São guias que buscam no hotel e levam até o lugar que o turista optou por fazer uma visitação. É muito precário, sem níveis básicos de segurança, como, por exemplo, capacete, lanternas e equipamentos de primeiros socorros. Falta tudo isso.”

Falhas graves no parque na Indonésia 

Ao avaliar o caso de Juliana, Santos destacou o que considerou falhas graves no parque onde ocorreu o acidente. “As causas efetivas do acidente, que causou a morte dela, dificilmente serão muito bem elucidadas, a menos que se faça uma perícia precisa no local.”

Santos disse acreditar que “não há interesse do governo da Indonésia em investigar esse tipo de acidente”. Segundo o militar, já aconteceram outras tragédias no local, “inclusive com mortes”.

Juliana Marins tinha 26 anos | Foto: Reprodução/Redes sociaisJuliana Marins tinha 26 anos | Foto: Reprodução/Redes sociais
Juliana Marins tinha 26 anos | Foto: Reprodução/Redes sociais

“Acredito que Juliana estava, sim, habituada a fazer esse tipo de passeio”, disse o militar. “O que ficou evidente foi uma negligência muito grande na área de segurança. Se nota que não há muito investimento na Indonésia, principalmente nas ilhas que são visitadas.”

Segundo relatório divulgado pelo governo indonésio, cerca de 180 turistas se envolveram em acidentes nos últimos anos — oito morreram. Dados do Escritório do Parque Nacional indicam crescimento no número de ocorrências.

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Juliana Marins fazia a trilha no Rinjani, onde aconteceu o acidente, com o apoio de uma
empresa de turismo da Indonésia | Foto: reprodução/redes sociais

Em 2020, por exemplo, foram 21 acidentes; em 2021, 33; em 2022, 31; em 2023, 35. Por fim, em 2024, o total chegou a 60 — quase o dobro do registrado no ano anterior. Entre as vítimas, cerca de 44 eram turistas estrangeiros. Outros 136 eram visitantes locais.

Equipes de resgate, compostas por sete socorristas, conseguiram se aproximar do local onde estava o corpo de Juliana, mas montaram um acampamento temporário por causa do anoitecer e das condições climáticas adversas.

Os últimos momentos de Juliana

Um vídeo publicado nas redes sociais mostra Juliana ao lado da turista italiana Federica Matricardi no topo do monte. Elas aparecem visivelmente frustradas com a vista encoberta pela neblina depois de completarem a primeira etapa da trilha.

As imagens registram um dos últimos momentos de Juliana antes do desaparecimento. Ela e Federica comentam a decepção por não conseguirem ver a paisagem por causa do tempo fechado.


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