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Moody’s teve ‘inusitada boa vontade’ com o Brasil, diz Estadão

Em um movimento que surpreendeu o mercado financeiro, a agência de classificação de risco Moody’s elevou o rating [classificação de risco] do Brasil de Ba2 para Ba1, e manteve perspectiva positiva para a nota.

Pela escala da Moody’s, o Brasil está a um passo do grau de investimento, que permite que mais investidores comprem ativos do país – nas rivais Fitch e S&P, a nota está dois níveis abaixo do grau de investimento e tem perspectiva estável.

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Em editorial desta quinta-feira, 3, o jornal O Estado de S.Paulo destaca que, apesar da boa notícia, o fato fala mais do que o país deve fazer do que, de fato, vem fazendo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, parece saber disso. Ao comentar a decisão da Moody’s, Haddad disse esperar que o governo “como um todo” compreenda que “vale a pena esse esforço”, referindo-se à reorganização das contas públicas, “sem baixar a guarda em relação às despesas, em relação às receitas”.

Assim, disse o ministro, “temos a chance de completar o mandato do presidente Lula obtendo novamente o grau de investimento”.

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“O wishful thinking [pensamento positivo, em tradução livre] sobre a conquista do grau de investimento ainda neste mandato de Luiz Inácio Lula da Silva é até aceitável como discurso político do ministro da Fazenda, mas o interessante aqui é notar que, a despeito da boa notícia, o próprio Haddad parece mais empenhado em dizer a seus parceiros de governo – e ao próprio Lula – que a melhora na nota de crédito do Brasil não virá se a gastança continuar”, afirma o Estadão.

Moody’s foi generosa com o Brasil de Lula

Para a publicação, Moody’s, sob qualquer ponto de vista, foi generosa com o Brasil.

“Não se sabe se a recente visita de Lula a representantes das agências de classificação de risco em Nova York teve o condão de tocar o coração do pessoal da Moody’s, mas é fato que houve inusitada boa vontade”, acrescenta o veículo.

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Para a agência, houve “melhoras materiais no perfil de crédito do Brasil” – uma conclusão temerária diante da escalada da dívida e da persistência do deficit.

Além disso, a Moody’s destacou as “reformas econômicas e fiscais”, embora a principal reforma, a tributária, nem esteja regulamentada ainda, e o principal instrumento de controle das contas, o arcabouço fiscal, é desmoralizado frequentemente por Lula.

Mais adiante, a agência diz que o crescimento do PIB será robusto porque está “suportado por maiores investimentos”, o que não encontra respaldo na realidade, já que o que impulsionou a alta foi o gasto das famílias e do governo.

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“A agência festeja as ‘reformas difíceis’, como ‘a independência do Banco Central, a governança das estatais e a reforma trabalhista’, mas convenientemente não comenta os sucessivos ataques de Lula ao Banco Central e sua evidente expectativa de que a autoridade monetária se dobre a seus caprichos quando estiver sob nova administração, além da sabotagem lulopetista à governança das estatais e à reforma trabalhista”, destaca o Estadão.

Com tudo isso, segundo o jornal, pode-se presumir que a Moody’s tenha resolvido premiar o esforço que parte da equipe econômica do governo tem feito para conferir alguma racionalidade fiscal em meio à demagogia de Lula.

“Mas também se pode especular que a Moody’s tenha se deixado levar pelo falatório do petista, razão pela qual o tal upgrade talvez diga mais sobre a credibilidade da agência do que do Brasil”, conclui o texto.

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