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Moraes vota para condenar a 17 anos de prisão mecânico que sentou em sua cadeira

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para condenar a 17 anos de pena Fábio Alexandre de Oliveira. O acusado foi filmado sentado na cadeira do ministro durante os atos de 8 de janeiro de 2023.

Oliveira, que é mecânico, aparece em vídeos sentado na cadeira do ministro. “Cadeira do Xandão aqui, ó”, disse. “Aqui ó, vagabundo! Aqui é o povo que manda!”.

A defesa diz que o acusado apenas exerceu seu direito constitucional de manifestação. Os advogados do mecânico também afirmam que não há provas de materialidade e autoria dos crimes imputados.

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Na gravação, Oliveira usa luvas, para dificultar sua identificação datiloscópica, e mantém uma máscara de proteção contra gases sobre suas pernas. Para o Ministério Público Federal, o uso dos equipamentos demonstra “intenção e preparação para a prática de atos de que poderiam resultar em confronto com as forças de segurança pública que guarneciam os prédios invadidos”.

Moraes votou para condenar Oliveira à pena de 17 anos. Desses, 15 anos e 5 meses de são de reclusão e 1 ano e 6 meses de detenção, além de cem dias de multa — cada um fixado no valor de um terço do salário mínimo.

As penas foram aplicadas pelos crimes de:

  1. tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  2. tentativa de golpe de Estado;
  3. dano qualificado ao patrimônio público;
  4. deterioração do patrimônio tombado; e
  5. associação criminosa armada.

O voto de Moraes

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Os ministros Alexandre de Moraes e André Mendonça conversam durante sessão do Supremo Tribunal Federal; ao fundo, o ministro Luiz Fux | Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Para Moraes, está comprovado, tanto pela ampla investigação realizada pela Polícia Federal quanto pelas provas documentais e audiovisuais constantes dos autos, que Oliveira “participou ativamente das manifestações antidemocráticas que antecederam os eventos de 8 de janeiro de 2023, aderindo, desde então, ao intento golpista”.

“Suas manifestações públicas, sua presença nos locais invadidos, o uso de equipamentos para dificultar identificação, bem como as comunicações com outros envolvidos, evidenciam que instigou, apoiou e legitimou a atuação das massas que, no dia 8 de janeiro de 2023, invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes da República”, afirma o ministro do STF, em trecho de seu voto. “Com o objetivo de depor o governo legitimamente constituído e abolir o Estado Democrático de Direito.”

O magistrado sustenta que os elementos constantes dos autos comprovam que a conduta de Oliveira não foi “episódica”. “Tampouco passiva ou neutra, mas sim engajada, voluntária e com forte adesão ao propósito criminoso de ruptura da ordem constitucional.”

Defesa de mecânico reclama do STF

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Fachada do Supremo Tribunal Federal, na Praça dos Três Poderes, em Brasília; Corte julga acusados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 | Foto: Reprodução/STF

Nas alegações finais, apresentadas em março deste ano, a defesa do mecânico voltou a questionar a competência do STF para julgar o caso e alegou cerceamento de defesa. No mérito, afirmou que não há provas de materialidade e autoria dos crimes imputados, alegando que o réu não participou da invasão ou depredação dos prédios públicos.

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A defesa também negou que tenha havido dolo específico, sustentando que o acusado apenas exerceu seu direito constitucional de manifestação e que, mesmo admitindo presença nas imediações do Congresso Nacional, não há prova de ingresso ou de ação violenta.

Segundo Moraes, o interrogatório de Oliveira revelou contradições importantes entre suas declarações e as provas presentes nos autos. De acordo com o membro do STF, isso se deu especialmente no que diz respeito à postura de espontaneidade e ausência de dolo por ele alegada.

“Apesar de afirmar que não ingressou em prédios públicos e que o vídeo teria sido feito para lembrança, admitiu estar ciente da situação de confronto, relatando que chegou à Praça dos Três Poderes por volta das 17h e que já havia ‘agitação’ no local”, afirma o magistrado. “Inclusive com disparos de bombas e movimentação intensa de policiais.”

Moraes foi o primeiro a votar no caso. Ainda faltam os votos dos demais ministros da 1ª Turma do STF para a conclusão do julgamento.

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Revista Oeste, com informações da Agência Estado

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