Durante uma reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado, realizada nesta terça-feira, 15, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor novas tarifas ao Brasil.
O senador Hamilton Mourão reagiu duramente à intervenção de Donald Trump no caso Bolsonaro.
Durante audiência no Senado, Mourão afirmou que injustiça contra o ex-presidente é um problema interno do Brasil e criticou a postura do presidente americano: “Não venha meter o… pic.twitter.com/B4K2hhnVCO
— Brasil Paralelo (@brasilparalelo) July 15, 2025
“Não aceito que Greta Thunberg, Emmanuel Macron, Leonardo DiCaprio venham meter a mão em coisas do Brasil; também não aceito que Trump venha meter o bedelho”, declarou Mourão. “Há uma injustiça sendo praticada contra o presidente Bolsonaro. Mas, compete a nós, brasileiros, resolvermos isso.”
No mesmo encontro, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) sugeriu a criação de uma comissão do Senado para dialogar diretamente com parlamentares norte-americanos sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos.
“Vamos dizer que somos amigos e queremos manter a relação, independentemente dos governos que ocupam a Casa Branca ou o Palácio do Planalto”, explicou Viana, ao citar a possibilidade de encontros com os senadores norte-americanos Rick Scott, Jim Risch e Marco Rubio, que também ocupa o cargo de secretário de Estado. “Também entendo que não devemos aceitar imposição com base em acordos tarifários. Temos de ser tratados com igualdade e enfrentar essa dificuldade com inteligência e soberania.”
O presidente da comissão, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou que as tratativas para a criação do grupo e uma possível viagem aos Estados Unidos já estão em andamento. “Até amanhã devemos ter uma definição”, adiantou.


Entenda o tarifaço de Trump contra o Brasil
O chamado tarifaço de Trump se refere à decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, com vigência a partir de 1º de agosto. A medida amplia uma tarifa anterior, que já era de 10%, e tem sido tratada como uma retaliação política por parte de Donald Trump. Segundo o republicano, o Brasil favoreceu perseguições judiciais e censura a aliados da direita norte-americana, especialmente nas redes sociais.
A nova tarifa atinge setores estratégicos da economia brasileira, como:
- Agronegócio: carne, café, suco de laranja;
- Indústria de base: aço e alumínio, cuja tarifa foi duplicada de 25% para 50%; e
- Manufatura avançada: como aeronaves da Embraer.
A medida prejudica diretamente as exportações brasileiras e encarece produtos para o consumidor norte-americano.
Os impactos previstos
- Exportadores brasileiros já avaliam a suspensão de vendas ao mercado dos Estados Unidos, especialmente no setor de carnes;
- Consumidores norte-americanos devem sentir alta de preços em produtos como café e suco de laranja, por conta do repasse dos custos; e
- Diplomacia e comércio exterior: o governo brasileiro articula respostas, incluindo contramedidas comerciais e a busca por negociação direta com o Congresso norte-americano.
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