O Ministério Público Eleitoral (MPE) identificou R$ 1,8 milhão em irregularidades nas contas do Republicanos em 2023. O órgão afirmou que há indícios de uso de verbas públicas do partido para custear despesas da Fundação Republicana Brasileira (FRB), instituição sem fins lucrativos ligada à sigla.
O presidente do Republicanos é o deputado federal Marcos Pereira. Entre seus principais nomes estão o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Até o momento, o partido não se manifestou sobre o caso.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
Em parecer ao Tribunal Superior Eleitoral, o MP disse que o partido pagou despesas administrativas com dinheiro destinado ao incentivo da participação feminina em eleições. O documento também registrou repasses indevidos a diretórios que estavam impedidos de receber recursos do fundo eleitoral. O documento foi divulgado pelo site PlatôBR.


O MP também citou gastos sem discriminação de recursos eleitorais para hospedagens, passagens aéreas e “gastos extras em hospedagens”, como consumo de frigobar.
Compra de imóvel pelo Republicanos
Segundo o MP, o Republicanos usou verba do fundo partidário para comprar um imóvel em Brasília por R$ 8,5 milhões. O prédio abriga a Faculdade Republicana, vinculada à FRB.
“A documentação apresentada demonstra que é feito um rateio das despesas entre o partido, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), a Fundação Republicana Brasileira e a Faculdade Republicana, que funcionariam no mesmo imóvel”, diz o parecer. “Ao examinar as despesas a seguir indicadas, o MPE identificou que os relatórios de atividades fazem menção à execução de trabalhos em prol da Faculdade Republicana, instituição de ensino mantida pela Fundação Republicana Brasileira.”
O órgão solicitou ao TSE a reconsideração de decisão que determinava análise separada das contas do Republicanos e da Fundação Republicana.