Líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile teria entregado neste domingo, 6, um documento com propostas do Conselho Popular durante a cúpula de chefes de Estado do Brics, no Rio de Janeiro. A informação foi originalmente noticiada pelo jornal Folha de S.Paulo.
O conselho reúne líderes de entidades alinhados ideologicamente ao MST para formular propostas políticas, econômicas e sociais. Não se trata de uma estrutura fixa ou permanente do movimento, mas sim de um grupo que pode ser organizado conforme o contexto, como em fóruns internacionais ou espaços de interlocução com governos.
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O documento, com cerca de 80 páginas, foi construído a partir de reuniões do Conselho Popular e de sete grupos de trabalho do Fórum Popular. Ele aborda temas como meio ambiente, mudanças climáticas, finanças, educação, cultura e soberania digital.


Além do Brasil, o Brics tem como integrantes plenos Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. A Arábia Saudita, convidada em 2023, ainda não formalizou sua adesão, mas tem enviado representantes aos encontros.
A cúpula começou no domingo 6 e termina nesta segunda-feira, 7, com Lula como anfitrião. Entre os principais temas discutidos no evento, estão a defesa do multilateralismo diante das políticas protecionistas norte-americanas e a criação de mecanismos que facilitem o comércio entre os países do bloco.
Xi, Putin e outros não vieram ao encontro do Brics
Apesar da relevância geopolítica do encontro, a ausência de quatro chefes de Estado — Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia), Masoud Pezeshkian (Irã) e Abdel Fattah el-Sisi (Egito) — possivelmente minguaram a repercussão da cúpula.
O evento acontece em meio às tensões entre Irã e Israel e é o primeiro encontro do Brics depois do retorno de Donald Trump à presidência dos EUA. Em fevereiro, a Casa Branca ameaçou impor tarifas aos países do grupo caso abandonassem o uso do dólar nas transações comerciais.