O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lançou, nesta segunda-feira, 21, uma campanha com o slogan “Lula, cadê a reforma agrária?”, direcionada ao presidente da República. A iniciativa vem acompanhada de uma carta em que o movimento faz críticas ao governo e defende a soberania nacional e alimentar do país.
📃 MST DIVULGA CARTA À SOCIEDADE BRASILEIRA EM DEFESA DA REFORMA AGRÁRIA POPULAR E DA SOBERANIA NACIONAL
🚩 Diante das crescentes ameaças à Soberania Nacional, ao meio ambiente e aos direitos do povo camponês, o MST torna pública sua Carta à sociedade brasileira.
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“Depois de mais de três anos de Governo Lula, a Reforma Agrária continua paralisada e as famílias acampadas e assentadas se perguntam: Lula, cadê a Reforma Agrária?“, diz um trecho da carta. “(…) A morosidade do governo, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), só aumenta o desânimo e potencializa ainda mais os conflitos sociais.”
O movimento alega que “a reforma agrária é um instrumento de defesa das terras do país, em contraposição ao agronegócio entreguista, golpista, saqueador e antipatriótico”. Para os sem-terra, “soberania nacional só é possível com soberania alimentar”.
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O texto também menciona o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e estabelece relação com a política interna brasileira. “A ameaça à nossa soberania popular e nacional também tem vindo de dentro do próprio país, com a subordinação da nossa agricultura às empresas transnacionais e com as ações do Poder Legislativo, representante dos interesses do agronegócio e da mineração”, afirma a carta.
MST faz críticas ao governo Lula
Desde o início do governo Lula, o MST, que apoiou sua eleição em 2022, reclama da paralisação da reforma agrária. Outra cobrança é a falta de recursos para políticas como o apoio à agricultura familiar e a compra de alimentos. A entidade responsabiliza o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e já pediu sua demissão em diversas ocasiões.
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Segundo o MST, o país tem hoje mais de 122 mil famílias acampadas. Além disso, cerca de 400 mil são assentadas que aguardam políticas públicas para produção de alimentos e desenvolvimento dos lotes.
O movimento também repudia o projeto de lei que flexibiliza regras do licenciamento ambiental, já aprovado pelo Congresso e que aguarda sanção ou veto de Lula. A entidade é contra outro projeto em tramitação na Câmara dos Deputados que autoriza ação policial sem ordem judicial em ocupações no campo e nas cidades.